Os vogais do PSD e da CDU na Assembleia Municipal de Coruche viabilizaram o Orçamento e Plano Plurianual de Investimentos (PPI) 2006, dando o benefício da dúvida à maioria socialista que gere a câmara.Os social-democratas votaram favoravelmente o orçamento para 2006 e abstiveram-se na votação do PPI, enquanto os eleitos da CDU se abstiveram em ambos os documentos.O presidente da Câmara de Coruche, Dionísio Mendes (PS), elencou as principais condicionantes ao desempenho da autarquia. O incumprimento da Lei das Finanças Locais, o aumento dos descontos para a Caixa Geral de Aposentações, bem como o facto de os contratos de leasing e as dívidas a fornecedores passarem a contar para o nível de endividamento, foram algumas das dificuldades apontadas. O orçamento prevê que a despesa corrente da câmara irá crescer 7,3 por cento, enquanto as horas extraordinárias descem 6,7 por cento face a 2005. Dionísio Mendes justificou uma menor receita de capital com o facto de estarem disponíveis menos 55 por cento de fundos comunitários. Apesar disso, realçou o aumento das transferências para as juntas de freguesias, a situar-se nos 2,5 por cento, acrescidos de 75 mil para protocolos. “Apesar das dificuldades, o investimento previsto é de 12,767 milhões de euros, mais de metade do orçamento global para 2006 (23.174.576 euros)”, acrescentou.Durante a assembleia municipal de dia 22, o edil de Coruche deu nota dos principais investimentos a concretizar ou arrancar em 2006. É o caso da estação central de camionagem (610 mil euros), da creche e jardim-de-infância na Azervadinha (230 mil euros), da construção de habitação social no largo do matadouro (210 mil euros) e da revitalização de entrada norte da vila (320 mil euros).No capítulo do desporto, a conclusão do estádio municipal com bancadas, balneários e arranjos exteriores vai levar uma grande fatia do orçamento (1,388 milhões de euros), enquanto se espera pela construção dos três relvados sintéticos no Couço, Santana do Mato e Branca (num total de 800 mil euros).Dionísio Mendes destacou ainda os 450 mil euros a gastar em transportes escolares e a criação do programa de conforto habitacional para combate às casas degradadas (200 mil euros).O líder do grupo do PSD na assembleia municipal, Carlos Seia, salientou que as juntas de freguesia têm mais prioridades do que a construção de relvados sintéticos. E defendeu que os investimentos deviam apontar mais o âmbito da saúde, infância e solidariedade.A sua colega de partido, Fátima Bento, recordou que continua por criar uma nova escola de primeiro ciclo em Coruche, e lembrou o projecto para o emissário da vila e o contributo do PSD para a viabilização da empresa Águas do Ribatejo. A CDU foi menos benevolente com a maioria socialista na câmara. Armando Rodrigues lembrou que equipamentos como a biblioteca, o quartel de bombeiros ou a sede da Sociedade de Instrução Coruchense “estão na boca do presidente da câmara há um ano e sem qualquer avanço”. “Este orçamento e PPI não trazem nada de novo e não temos grandes expectativas, mas a CDU vai dar o benefício da dúvida à maioria que gera a câmara”, afirmou Armando Rodrigues.Ricardo Carreira