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Análises confirmam poluição orgânica na vala de Alpiarça

Análises confirmam poluição orgânica na vala de Alpiarça

CCDR recolheu amostras da água após o aparecimento de peixes mortos

Depois de terem aparecido peixes mortos na vala de Alpiarça, a CCDR fez análises à água e detectou matéria orgânica que associada ao calor e ao baixo caudal pôs em causa a vida das espécies.

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo detectou a presença de matéria orgânica na Vala de Alpiarça. A contaminação foi confirmada em análises efectuadas à água da vala em 5 de Setembro deste ano, depois de terem aparecido peixes mortos. Apesar das análises a CCDR, que tem competências na área do Ambiente, não conseguiu determinar a origem da contaminação orgânica. Mas numa resposta por escrito a um pedido de informações de O MIRANTE, a vice-presidente da comissão, Fernanda do Carmo, sublinha que a morte de peixes pode estar também relacionada com o calor. “O episódio aconteceu numa altura do ano em que as elevadas temperaturas, aliadas ao reduzido caudal da linha de água, contribuem para a diminuição do oxigénio dissolvido na massa de água, suporte de vida das espécies em causa”, assegura. A CCDR não deixa de parte a influência da poluição. “Não é no entanto alheia a este facto a ocorrência também de focos de poluição, mas a relação causa/efeito, neste caso, só pode ser determinada com base na análise dos peixes moribundos”, explica. Este ano houve pelo menos três casos, os conhecidos, de morte de peixes na vala de Alpiarça. Um deles aconteceu no dia 7 de Outubro e terá ficado a dever-se a uma descarga de efluentes industriais de grande dimensão provenientes da zona industrial de Alpiarça. A situação foi na altura confirmada pelo vice-presidente da Câmara de Alpiarça, José Carlos Ferreirinha (PS). Que reportou ainda um outro caso anterior, embora não tenha referido a data. Cerca de um mês antes, na manhã de 13 de Setembro, já tinham aparecido dezenas de peixes mortos junto ao mercado de fruta do Carril, em Alpiarça. Suspeita-se que os peixes tenham morrido devido a uma descarga poluente. No dia 1 do mesmo mês aparecerem dezenas de peixes mortos na Vala de Alpiarça, na zona do Pego da Rainha, perto do Casal Branco, em Almeirim. A situação, detectada pela câmara municipal, foi comunicada ao Ministério do Ambiente e ao SEPNA – Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente da GNR. Segundo o então vereador do Ambiente da Câmara de Almeirim, Pedro Ribeiro, terá ocorrido uma descarga poluente, garantindo no entanto que tal aconteceu a montante do concelho de Almeirim. Ou seja, nos concelhos de Alpiarça ou da Chamusca. Aos problemas ambientais registados na vala de Alpiarça não são alheios os problemas de funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR). O equipamento que serve os concelhos de Almeirim e Alpiarça não tem capacidade para tratar todos os efluentes que são para lá canalizados. Recorde-se que a ETAR lança as águas para a vala de Alpiarça, depois de passarem pelas células de arejamento, que permitem “purificar” os efluentes. A ligação até à vala é feita a céu aberto, por uma vala, pelo que está em causa também a poluição dos terrenos da zona. E, mais grave, de um espaço pantanoso conhecido por Paul da Gouxa.
Análises confirmam poluição orgânica na vala de Alpiarça

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