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Sempre a abrir frente ao computador

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A primeira Lan Party de Vila Franca de Xira reuniu 130 fanáticos dos jogos de computador

De mantas e sacos cama às costas os jovens começaram a chegar na sexta-feira ao fim da tarde preparados para um fim de semana de poucas, ou mesmo nenhumas, horas de descanso. Jogar, partilhar e travar novas amizades foram as palavras de ordem para o fim-de-semana no pavilhão do Cevadeiro.

No passado fim-de-semana o Pavilhão do Cevadeiro, em Vila Franca de Xira, encheu-se de fanáticos por jogos de computadores de todo o país. Os três dias da primeira Lan Party de Vila Franca foram passados a realizar torneios, a “sacar” programas da Internet e a partilhar informação sobre o universo que os une. Filipe Marques, Rui Fonseca, Nuno Dias e Frederico Figueiredo, ou, respectivamente, Fliper, Brain, Ultimate e Barruma, as designações que assumem no mundo dos jogos de computador, vieram de sítios tão díspares como Famalicão, Coruche, Lisboa ou Fafe. Curiosamente, formam um grupo, a Team Ex Net, e são vice-campeões nacionais de Counter-Strike Source, um jogo de tiros ao alvo. Foram-se conhecendo em lans e a rede permite-lhes manter uma amizade onde não existem barreiras físicas. É esta ideia de espírito de grupo que os jovens, com idades entre os 17 e os 23 anos, destacam como o mais importante nas competições de jogos de computador. Enrolado numa manta, Marco Mateus, de 26 anos, concentra-se na sua corrida de automóveis do jogo Need for Speed Underground. Veio de Arruda dos Vinhos com o grupo de amigos com que costuma jogar em rede diariamente. Não sendo um assíduo frequentador de lan partys, Marco Mateus decidiu vir até Vila Franca “pelo divertimento e pelas amizades que se criam”. Para além disso, diz que veio também pelas partilhas de documentos e pelos conhecimentos que se adquirem de determinados programas informáticos. Este jovem aproveita, ainda, a lan de Vila Franca para promover a que está a organizar em Arruda dos Vinhos, para os dias 10, 11 e 12 de Fevereiro.Ricardo Ceitil e Pedro Ribeiro são de Vila Franca e vieram até ao pavilhão do Cevadeiro, não pelos jogos, mas para “sacar, sacar e sacar”. O termo é recente e nasceu com a crescente prática de fazer downloads de programas, filmes, música e jogos da Internet. Auto intitulados o Clã Turtle System estes jovens dedicam-se aos downloads, para consumo próprio, há mais de sete anos. Se hoje as despesas já não são tão significativas pelo uso constante da Internet, no início as contas de telefone chegaram a ultrapassar os 500 euros. Sandro Dias é um habitué de lans por todo o país, mas por razões profissionais. Para este técnico de informática este tipo de eventos são um excelente manancial de conhecimentos na área em que trabalha. Por isso, Sandro Dias apelida as lan partys de “encontros de conhecimento” e diz que o dinheiro que despende em viagens é, essencialmente, um investimento.Entre os cerca de 130 jovens que se deslocaram até ao Pavilhão do Cevadeiro estavam, ainda, muitos que se dedicam ao “modding”, o “tunning” dos computadores. Luzes florescentes e sistemas de ventilação, compostos por tubos de água, sobressaíram das caixas transparentes dos computadores. Pedro Ralha, de Alhandra, faz parte do Clã Tower Power, os organizadores do evento em Vila Franca, e é um dos muitos adeptos do “modding”. A caixa que tem actualmente, onde se destaca a pintura a aerógrafo, já conta com 500 euros em modificações e o objectivo de Pedro Ralha é investir ainda mais, prevendo demorar mais 10 anos até conseguir transformá-la naquilo que deseja. A questão estética está na base das modificações, mas a funcionalidade também não é esquecida, procurando tornar mais rentável o computador. Sobre a iniciativa, Pedro Ralha, que participa há já vários anos em lan partys por todos o país, diz que foi “uma dor de cabeça” organizar tudo. Apesar dos custos elevados e dos escassos apoios refere que valeu a pena promover a lan.Sublinhando a preocupação que teve em trazer outras novidades à lan, como uma exposição de “tunning”, Pedro Ralha lamenta apenas que o público de Vila Franca não tenha aderido e visitado a iniciativa. Sara Cardoso
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