A Associação de Teatro Meiaviense vai este ano ver concretizado um sonho antigo. Depois de ter estado esquecido durante longos anos, o edifício do Teatro Maria Noémia, na Meia Via, está agora a ser recuperado e remodelado, estando a sua inauguração prevista para o dia 26 de Março. É a cereja no cimo do bolo para aqueles que por carolice, abraçaram as raízes culturais da terra e actualmente vêem o seu trabalho reconhecido. “Estou absolutamente convicto que esta obra se deve em muito ao reconhecimento do nosso trabalho, que agora está a ser compensado. Estamos muito entusiasmados, ansiosos e sobretudo orgulhosos”, refere Carlos Constantino, presidente da associação. Um incentivo que chega cinco anos após o nascimento deste grupo de teatro, que gradualmente, tem vindo a marcar território e a dar provas de que o teatro amador pode ser encarado com rigor, como explica Carlos Ferreira, vice-presidente da associação. “Nós somos amadores, mas os nossos espectáculos não correspondem aquilo a que muitos chamam de teatro de aldeia. Daí que a encenação, cenografia e figurinos estejam sempre a cargo de profissionais, com quem temos aprendido e evoluído muito”, diz o responsável. Com uma média de duas actuações por mês e um calendário de ensaios bastante preenchido, a direcção da Associação de Teatro Meiaviense acredita que é possível voar mais alto e alcançar novos públicos. “Sei que seríamos capazes de igualar o patamar de qualidade de alguns grupos de teatro nacionais”, diz Carlos Ferreira. Uma aspiração que justifica o sacrifício dos cerca de 100 associados envolvidos neste projecto cultural: “Os nossos sócios não são daqueles que pagam as quotas e ficam descansados o resto do ano. Todos têm um papel activo no teatro, quer seja como actores, carpinteiros ou costureiras”, explica Carlos Constantino, para legitimar o merecimento da nova sala de espectáculos da terra. As obras do Teatro Maria Noémia estão a cargo da Câmara Municipal de Torres Novas, que encabeçará, conjuntamente com os órgãos directivos do Teatro Virgínia, a tutela do novo espaço cultural do concelho, como contou Carlos Constantino: “Claro que nós teremos algum privilégio na utilização da sala, mas a gestão e direcção do teatro vão ser da responsabilidade da câmara”.Carla Paixão