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Um Polícia no Jardim Escola

A problemática situação financeira da Câmara Municipal de Santarém, está na ordem do dia. Degladiam-se os contendores, multiplicam-se entrevistas e comunicados. O “leaseback” que Flores tirou da cartola, foi rejeitado pela oposição e, acto contínuo, Moita, “O Carrasco”, puxou dos galões e disse, da dita, o que Mafoma não disse do toucinho!Ora esta problemática, como qualquer outra, permite naturalmente, pelo menos duas perspectivas de abordagem.Por exemplo, que o novo Presidente, habituado às lides criminais, tenta forçar uma solução (cujo bom senso aconselharia a consultas prévias à restante vereação, mesmo que, naturalmente, não vinculativas) contra a vontade (legítima, assinale-se) da oposição. “Arrogante”, assumindo uma posição de força e um estilo “algo irritante” de pedagogo e não percebendo, afinal, que uma maioria relativa confere, em grande parte, um poder relativo!Esta poderia ser, assim, uma perspectiva de análise! Com certeza, muitos se reconhecerão nela!Ou então, poder-se-á dizer que a oposição (principalmente o PS) não só é responsável pela dramática situação económica municipal, como não permite agora que os seus sucessores (a quem, não o esqueçamos, o eleitorado confiou a resolução dos graves problemas do município), o possam fazer! São assim como que uma espécie de empatas: que não fazem, nem sequer (para não perder a face), deixam fazer! Um grupo de meninos birrentos; fazendo beicinho para comer a sopa!Esta poderia ser uma outra perspectiva de análise! Com a qual, igualmente, muitos se identificarão!Não conheço em rigor, as particularidades contratuais do tal “leaseback”, como estratégia de engenharia financeira destinada a aliviar os problemas, essencialmente imediatos, de tesouraria municipal. Nem as eventuais implicações com as hipotecas do património municipal a ele associadas.Ao contrário do Prof. Cavaco, convivo diariamente com dúvidas e, por incrível que pareça,.... até já tem acontecido ter-me enganado!Sei contudo, que, na prática, tal operação constitui essencialmente um empréstimo a longo prazo. Necessário, convenhamos, para resolver as dívidas a curto prazo, que Moita Flores prometeu resolver em cem dias.Sei também, que as tais dívidas a longo prazo (lá por serem a longo prazo) não deixam de ter de ser pagas! E com juros é claro!E sei ainda (as coisas que eu sei!), que tais pagamentos se irão aditar, naturalmente, a outros que o município suporta já como obrigações a longo prazo! E que a estes se arriscam a somar outros, ainda, resultantes do, até agora crónico, défice das contas correntes.O que nos leva, finalmente, ao cerne da questão.Se as contas correntes da Câmara continuarem a ser, como têm sido nos últimos anos, extraordinariamente deficitárias, não há mecanismo de engenharia financeira que nos valha! A médio prazo, servirá, apenas, para hipotecar cada vez mais o futuro! Importa, portanto, numa instituição que pouco pode potenciar receitas, intervir decididamente ao nível do controle das despesas. Gastar menos e, principalmente, melhor!E isto é bem mais difícil, ainda, do que obter empréstimos ou criar empresas municipais que, se não forem objecto de rigorosos estudos prévios, poderão até, vir a revelar-se contraproducentes.Ora, reestruturar serviços, adequar e flexizar funções e gerir com racionalidade recursos económicos e materiais escassos (imperativos que, afinal, a criação das eventuais empresas municipais irá, igualmente, exigir) é algo que implica mexer com interesses instalados! Com comodismos! Com privilégios! Em que as resistências passivas poderão ser, até, mais gravosas que as activas!Em que, aliás, a sintonia entre a maioria dos membros do executivo, deveria constituir uma condição prévia, necessária e indispensável!Pois é...

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