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Clube Desportivo “Os Águias” de Alpiarça apresentou equipa de ciclismo de sub-23 para a época de 2006/2007

Onze anos depois da abertura da Escola de Ciclismo de Alpiarça, o Clube Desportivo “Os Águias” apresentou uma equipa de ciclismo do escalão de sub-23, com condições para discutir os primeiros lugares de todas as provas em que vai estar presente. A apresentação foi efectuada no sábado dia 21 de Janeiro, em Alpiarça.

Formada à base de jovens oriundos da Escola de Ciclismo de Alpiarça, a nova equipa de ciclismo do Águias de Alpiarça vai continuar a ser dirigida por Carlos Jorge Pereira, e é formada pelos ciclistas Bruno Neves, David Mestre, Henrique Casimiro, Nuno Silva, Jorge Pereira, Fábio Cera, Luís Fernandes e Cristiano Mendes, oriundos da formação do clube, e ainda pelos reforços David Batalha e Nuno Azevedo ambos ex-Milharado.É sobre os ombros destes jovens ciclistas que vai recair a defesa de uma camisola histórica no ciclismo nacional. “Os Águias” é um clube que calcorreia as estradas de Portugal e estrangeiro há mais de 80 anos, e por ali passaram alguns dos melhores ciclistas portugueses de sempre.As ambições este ano são mais fortes, porque segundo o presidente do clube, Manuel Miranda do Céu, também ele uma figura do ciclismo nacional, apareceu um patrocinador a apostar na equipa. “Queremos desde já agradecer à empresa Celta, o facto de nos dar a possibilidade de formarmos uma equipa com condições para defender o ciclismo alpiarcense”, referiu.Miranda do Céu acrescentou ainda que face à melhoria de condições financeiras, a equipa de ciclismo de “Os Águias” vai disputar de igual para igual com as equipas mais fortes do pelotão, as principais provas do seu escalão. A participação nas provas de abertura, em Portugal e Espanha, vai ser o primeiro grande teste, mas o grande objectivo da equipa é a luta pela vitória na Volta a Portugal do Futuro. “O nome de “Os Águias” não foi esquecido, a prová-lo estão os convites que já recebemos para participar em provas em Espanha, França e Suiça, mas a grande aposta passa pela Volta a Portugal do Futuro”, assegurou o dirigente.O representante da Celta, Pedro Freire, garantiu que a sua empresa, instalada há pouco tempo em Alpiarça, tem consciência do nome que “Os Águias” tem no ciclismo nacional e por isso querem ajudar a relançar a modalidade no clube. “Por isso garantimos o apoio pelo menos nos próximos dois anos”, sublinhou. O ciclismo alpiarcense conta ainda com os patrocínios da Bianchi, Vale da Lama e das autarquias do concelho.A equipa técnica que vai acompanhar a equipa é formada pelos treinadores Carlos Jorge e Ernesto Marques, o massagista Hermínio Marcelino, o mecânico Sérgio Ferreira, a directora financeira Aida Pereira e a médica Amélia Marques. Um grupo de pessoas que muito tem dado ao ciclismo de Alpiarça.A promessaNuno AzevedoÉ ainda um jovem, tem apenas 18 anos, mas é já uma das grandes promessas do ciclismo português. Chama-se Nuno Azevedo, veio do Milharado, é natural de Vimeiro, Torres Vedras, mas veio para “Os Águias” porque aprendeu a gostar das pessoas que estão à frente da equipa de Alpiarça. “E porque para este ano me mostraram que vão ter uma equipa com condições de lutar pela vitória em todas as provas”, disse à nossa reportagem.Nuno Azevedo foi um dos mais destacados ciclistas portugueses no escalão de juniores. Representou Portugal no Campeonato do Mundo e da Europa. “Representar a Selecção de Portugal foi uma satisfação que não pode ser descrita por palavras, e com esta minha integração na equipa de “Os Águias”, quero lutar também para voltar a vestir a camisola portuguesa. Sei que tenho valor e que na equipa tenho companheiros para me acompanharem nessa luta”, referiu.O jovem ciclista, que é também estudante, garante que, apesar de treinar entre quatro e cinco horas por dia, consegue conciliar as duas coisas. “Estou no décimo segundo ano, e as coisas estão a correr normalmente. Trabalhando de uma forma organizada consigo, treinar, fazer as provas e estudar”.Para esta época tem feito treino individual durante a semana, e aos fins-de-semana vem treinar com a equipa. “Tenho um plano de treinos que sigo à risca, depois integro-me com os meus companheiros de equipa, que conheço bem e com os quais já tinha uma boa amizade, por isso a minha integração não foi nada difícil”, garantiu Nuno Azevedo.A escolha do ciclismo surgiu do facto de gostar muito de andar de bicicleta. Fazia cicloturismo com o pai, e um dia foi convidado para integrar uma das equipas jovens do Milharado. Experimentou, gostou e foi em diante. Os olhos de Nuno Azevedo brilham com mais fulgor quando fala de ciclismo e do seu ídolo. “Gostava um dia de me aproximar do grande Lance Amstrong, um ciclista que é já uma lenda viva, mas agora o meu pensamento está todo em “Os Águias” e quero ajudar a equipa e os meus companheiros a vencer”, garantiu.Família Pereira, uma dedicação ao ciclismo alpiarcenseA dedicação de toda a família Pereira ao ciclismo de Alpiarça foi várias vezes destacada durante a apresentação da equipa que vai representar “Os Águias” durante a época de 2006/2007. Foi Carlos Jorge, o patriarca da família, que há 11 anos formou a Escola de Ciclismo de Alpiarça. Por isso o dia 21 de Janeiro fica marcado na sua vida como o dia da concretização do sonho de ter uma equipa com condições para lutar pela vitória em todas as provas em que entrar, e também com as condições para que os jovens possam progredir na modalidade.O presidente do clube fez questão de chamar a atenção de todos os presentes para o que tem sido a dedicação de Carlos Jorge, da sua esposa Aida Pereira e do filho Jorge Pereira, ao ciclismo em Alpiarça. “Ao longo dos últimos 11 anos, foi em casa de Carlos Jorge que em época de provas os jovens comiam e dormiam. Por isso a sua esposa é considerada como uma mãe para eles”, garantiu.Carlos Jorge viu agora o seu sonho realizado e garantiu que era aqui que queria chegar. Sem querer criar falsas expectativas, o técnico garantiu que o clube tem agora uma equipa jovem mas com muito valor. “O Nuno Azevedo representou Portugal no Campeonato do Mundo e da Europa, o Jorge Pereira esteve também no mundial, e outros ciclistas venceram provas importantes em Portugal. Por isso tenho a certeza de que vamos dar muitas alegrias aos amantes do ciclismo e de “Os Águias”, referiu Carlos Jorge, recusando no entanto avançar com uma data para o relançamento do ciclismo profissional em Alpiarça.Usando novamente da palavra, Miranda do Céu, referindo-se de novo à família Pereira e aos componentes da secção de ciclismo do clube, fez questão de frisar que já não existem muitas pessoas como as que ao longo dos últimos 11 anos fizeram girar o ciclismo em Alpiarça. “Toda a gente trabalha generosamente. O Carlos Jorge recebia todos os anos uma verba para a secção de ciclismo, verba que fazia questão de devolver no final de cada época. Nunca recebeu um tostão. Ele e a sua esposa têm sido excepcionais e têm dado um exemplo de grande amor ao ciclismo, ao clube e ao concelho de Alpiarça, que é justo realçar”.Carlos Jorge agradeceu as palavras elogiosas, mas garantiu que a única coisa que faz mover a sua família e todos os amigos que o acompanham é o grande amor à modalidade e à história do ciclismo em Alpiarça. “Aprendi muito jovem a admirar os grandes ciclistas que passaram pelo “Águias”, ainda hoje quando passo por alguns deles que ainda estão entre nós, sinto que devo continuar a lutar para que a modalidade não morra em Alpiarça. E hoje penso que ao nível do escalão de sub-23 temos uma equipa capaz de honrar essa história, e é exclusivamente por isso que estou muito satisfeito”, garantiu.

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