O património cultural representa a herança do passado e constitui-se como a identidade de um país, tão rico de História e acontecimentos como Portugal.Analisando o estado actual do património edificado no concelho de Santarém e principalmente nessa mesma cidade podemos reconhecer a inércia dos organismos públicos, estatais e municipais, em tomar medidas concretas de reabilitação, preservação, conservação e restauro dos monumentos.Será que os testemunhos da História existentes devem ser interpretados e observados apenas pela sociedade actual? É claro que não, mas a notória degradação acelerada de grande parte do património, assistindo-se ao culto involuntário da ruína e do desaparecimento que impedirá certamente as gerações futuras de conhecer esta herança.Reconhecendo que a crítica deve ser fundamentada, olhemos apenas para dois casos na cidade de Santarém, o Convento de S. Francisco e a Igreja de S. João de Alporão, ambos monumentos de grande valor histórico, artístico e cultural, que se encontram em elevado estado de degradação, necessitando urgentemente de intervenções de conservação, restauro e reabilitação dos respectivos espaços.A valorização dos monumentos consiste na realização de intervenções que em primeiro lugar visem a reabilitação estrutural do edifício, em segundo lugar as acções de conservação e restauro deste de forma a dotar o espaço de uma nova função (museu, biblioteca, núcleo de exposições ou outras actividades culturais) que possibilitem a sua valorização e manutenção.Esta é apenas uma possibilidade, o importante é a salvaguarda e preservação de um testemunho que não é nosso, mas de todos, e em especial das gerações futuras que precisam de conhecer e aprender com a sua herança cultural, numa sociedade globalizada.Joel Duarte Claro - Santos - Tremês