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Terapia dentro da piscina

Dezenas de atletas no 5º Torneio de Natação Adaptada, em Alhandra

Dezenas de atletas especiais participaram durante a manhã de segunda-feira no 5º Torneio de Natação Adaptada, em Alhandra.

A rapariga do fato de banho azul põe os óculos de mergulho. Ao sinal do apito lança-se à piscina. Os professores esperam-na 25 metros depois e aplaudem. Para a jovem nadadora, tal como para a maioria dos atletas, que na segunda-feira participaram no 5º Torneio de Natação Adaptada, em Alhandra, o reconhecimento é o melhor de todos os prémios.O reforço da auto-estima e dos níveis de saúde, aliado ao convívio, faz da natação um desporto indicado para quem é portador de deficiência.Para o técnico da Anddem (Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Mental), José Pavoeiro, os benefícios que a natação pode trazer aos jovens atletas são inquestionáveis. “Há jovens que entram na piscina e só conseguem segurar-se ao rebordo. Depois de muito trabalho conseguimos vê-los com uma prancha e isso é uma pequena vitória”, revela o técnico.José Pavoeiro, que é também presidente da Associação de Desporto Especial de Santarém, explica que a prática funciona como terapia não só para alunos, como para os técnicos. “O convívio permite-nos trocas de experiências que também nos enriquecem como técnicos”, garante.Luís Ferreira, 19 anos, estudante de economia no ensino superior, atleta do Centro Social do Sobralinho, portador de paralisia cerebral, é um exemplo de como a prática da natação pode ajudar na recuperação.“Melhorou a flexibilidade, amplitude de movimentos e até se tornou um jovem mais comunicativo”, atesta o professor de natação, Abel Costa, que confessa que apesar da evolução espera sempre melhores resultados.O torneio de Alhandra, que decorreu na Piscina Batista Pereira, serviu também para a selecção de possíveis participantes portadores de Síndroma de Down no Campeonato do Mundo que vai realizar-se na África do Sul.Os alunos da Associação dos Pais e Amigos da Pessoa com Deficiência Mental de Setúbal e Lisboa, a Apercim de Mafra, a Cercilei, a Cercizimbra, a Cercisiago e o Colégio Salesiano apresentaram os seus melhores atletas.Mas os números das classificações são os que menos contam na lista de prioridades de quem participa nestes eventos desportivos. O mais importante é o convívio.É por isso mesmo que, apesar de contar apenas com um atleta inscrito, o presidente do Centro Social Para o Desenvolvimento do Sobralinho, Fernando Caio, está empenhado em continuar a organizar a prova no concelho de Vila Franca de Xira, em parceria com a Anddem. “Achamos que é importante. Basta olhar para o ambiente de festa que se gera quando os jovens se reúnem. Só por isso já vale a pena”, garante o dirigente.Ana Santiago

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