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Desenfadado Serafim das Neves

O presidente da câmara de Santarém pode ter ficado desconcertado quando tropeçou na estátua do Salgueiro Maia lá no estaleiro municipal, como tu dizes, mas a culpa é dele. Quem o manda andar por locais daqueles? Vê lá se aconteceu o mesmo ao incomensurável Rui Barreiro, o anterior presidente?!! Claro que não. Ele sabia muito bem que uns calcantes presidenciais não devem largar o fofo das alcatifas dos gabinetes. Tem aquela cara mas não é parvo de todo, não senhor. Eu ainda não percebi porque se está a fazer tanto estardalhaço à volta deste assunto. E não sou só eu. A dona Luísa Mesquita que é professora, vereadora e deputada da CDU, já disse o mesmo. Por outras palavras, é claro, porque eu em erudição e oratória não lhe chego aos calcanhares. E o que é que ela disse afinal. Que a culpa toda é da comunicação social. Quem nos manda a nós dar importância ao assunto?! Com tanta coisa para noticiar e só escolhemos assuntos sem jeito. Que importância noticiosa tem uma escultura em bronze que ainda por cima não é nenhuma obra-prima estar abandonada num estaleiro coberta com umas serapilheiras e paletes partidas?Vê lá tu se o Avante, esse exemplo de independência e pluralismo noticioso cuja leitura tanto deve deliciar a camarada Luísa Mesquita, gasta uma linha do seu precioso espaço a falar em merdices destas? Claro que não. Estivéssemos nós num país verdadeiramente democrático com imprensa livre e responsável e alguma vez os leitores seriam massacrados com temas destes. O anterior vice-presidente da câmara, o senhor Manuel Afonso, foi bastante eloquente. A estátua foi colocada no estaleiro de Santarém muito bem acondicionada e protegida. Em cima de uma palete para não apanhar aquela humidade toda do chão em cimento; tapadinha com um cobertores para não se constipar com as correntes de ar. Ele disse e eu acredito. Se não estava como ele a deixou é porque o capitão Salgueiro Maia sempre teve sonos muito agitados. Todos sabemos que era um homem de acção. Um homem que detestava estar parado. O mais provável é a estátua ter ganho vida própria, o que me parece normal agora que ando a ver uns documentários esotéricos, e ter feito um esforço para sair dali e desabar em cima de um calo do Manuel Afonso, da Luísa Mesquita ou do Rui Barreiro.Mudando de assunto. Esta semana entrei numa loja do chinês para desenfastiar. Ainda bem que tomei aquela decisão. É uma visita que recomendo a quem estiver farto dos centros comerciais. Não tem cinema nem roupas de marca mas vale muito a pena, como diria o Nuno Rogeiro. Na prateleira dos brinquedos, ao lado dos carrinhos alinhavam-se os DVD pornográficos. Nas capas havia fotos de exuberantes moçoilas com marmelos do tamanho rodas de carro de fórmula 1. Mais à frente jogos de cartas e dados de póquer. Se um pai calha passar por ali com um puto pode aproveitar logo para lhe dar umas primeiras luzes. Carros, mulheres, jogo. Só é pena não estarem na mesma zona bebidas alcoólicas e tabaco, mas enfim…não se pode ter tudo. O dono da loja viu-me a olhar para aquilo tudo com ar espantado e sorriu. Ele percebeu logo que eu era um cliente satisfeito. E os bons comerciantes gostam de ver clientes satisfeitos. Não é como as meninas do shóping que ficam com umas trombas de meio metro quando lhes entra algum cliente pela loja dentro. Até mastigam a pastilha elástica mais depressa. Por falar em pastilha elástica. Porque é que os guarda-redes de futebol e as meninas das lojas dos centros comerciais estão sempre a mascar pastilhas? Tu sabes?Um bacalhau à maneiraManuel Serra d’Aire

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