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Uma galeria de província na rota artística nacional

Neupergama comemora 25 anos em Torres Novas com nomes sonantes das artes plásticas

A Galeria Neupergama comemora 25 anos com uma exposição repleta de nomes sonantes da pintura contemporânea.

Nomes como Cesariny, Cargaleiro, Álvaro Lapa ou Gil Teixeira Lopes fazem parte do painel de luxo patente na exposição comemorativa das duas décadas e meia de existência da Neupergama. Uma data também assinalada com a ampliação da galeria de Torres Novas. Mesmo ao lado da galeria “mãe”, acabou de nascer o “Espaço 19/21”.José Carlos Cardoso é o mentor de um projecto que muitos poderão um dia ter considerado ousado demais para uma pequena cidade do Ribatejo. Mas a ambição e a paixão pela arte falaram mais alto e conduziram à fundação da galeria Neupergama em Torres Novas. “Sendo eu uma pessoa da província que não gostava muito de ser provinciano, entendi que quem vive nos pequenos centros urbanos deve ter os mesmos direitos daqueles que vivem nas metrópoles. A Neupergama surgiu para eu concretizar o sonho de ter uma galeria na minha terra natal”, explica.Os primeiros tempos não foram fáceis e reflectiram-se nas noites mal dormidas: “Enfrentei múltiplas dificuldades e fui muitas vezes para a cama a pensar como é que havia de pagar os convites das exposições. É muito difícil impor um projecto destes em meios que não estão ainda vocacionados para isso. Principalmente quando se pretende ser independente”.Uma aspiração a que a Neupergama se tem mantido fiel porque “a arte é rebelde e não deve estar manietada por qualquer poder”, como salienta José Carlos Cardoso.Consciente das dificuldades e da lacuna que existe na educação artística da sociedade, especialmente fora das grandes zonas urbanas, José Carlos Cardoso atribui o sucesso da galeria à confiança que diversos artistas de renome depositaram na Neupergama: “Tivemos a felicidade de conseguir motivar para o nosso projecto os melhores artistas que há no país. Apostámos em nomes fortes, com poder de atracção do público. Uma galeria que utilize só nomes da sua terra normalmente aborta”.Mário Cesariny foi um dos nomes que mais contribuiu para que esta galeria da província se consagrasse e se mantivesse na rota artística nacional. O pintor surrealista expõe os seus quadros na Neupergama há cerca de 20 anos e faz já parte do núcleo de amigos de José Carlos Cardoso: “Tenho uma grande estima pelo Cesariny. Por ele e por todos aqueles que apresentaram aqui o seu trabalho. Foram eles que trouxeram o público a esta galeria”.E quem é o público da Neupergama? A resposta sai convictamente e em tom de orgulho: “Esta galeria tem um público fiel que aparece com frequência nas exposições, e depois, tem um público flutuante que vem de todos os pontos do país. Desde o Minho, ao Algarve. São esses que vão cimentando e dando credibilidade à galeria”, explica José Carlos Cardoso. Carla Paixão

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