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31 anos do jornal o Mirante

Cristina de Sousa

32 anos, funcionária pública, Alcoentre (Azambuja)

“Quando duas pessoas se juntam estão unidas hoje, mas podem não estar amanhã. Acho que não é tão verdadeiro como o casamento. Quem casa faz uma promessa um ao outro. É uma coisa muito mais forte…”

Preocupa-a o futuro dos trabalhadores da GM?Muito. Tenho amigos e muitas pessoas conhecidas a trabalhar na GM. Alguns casados há pouquíssimo tempo com empréstimos de casas para pagar. Ainda por cima com os juros a subir todos os dias. Alguns ainda não têm filhos, mas outros já. Sei que vai ser muito complicado. Já assistiu a alguma corrida de toiros?Sim, assisti a várias. Em Azambuja tenho assistido a todas. E fora também porque o meu marido toca trompete e normalmente a banda acompanha touradas. Já fui a Cascais, à Nazaré…O que é que a atrai no espectáculo?É impressionante ver a força de vontade daquelas pessoas a enfrentar um animal tão bravo como é o touro. É preciso muita coragem. Mas atrai-me também toda a envolvente da festa. Gosta mais dos cavaleiros ou dos toureiros?Gosto dos cavaleiros e das pegas dos forcados apesar de me fazer um pouco de confusão. O toureio a pé já não acho tão emocionante, apesar de saber que é igualmente arriscado estar ali mesmo frente ao touro.Já participou em largadas?Não. Nunca! Só de longe. Só arrisco ver as largadas das janelas e de fora das tranqueiras. Houve um ano em que tinha que ir até aos bombeiros e preferi dar a volta a Azambuja a ter que atravessar por dentro das tranqueiras. Gosto de ver, mas tenho muito respeitinho.Porque é que as pessoas têm cada vez menos filhos?A principal razão é a nossa economia que está cada vez mais difícil. Outro problema são as creches e escolas. Nem sempre conseguimos ter trabalho na nossa área de residência. Nos empregos há hora para entrar, mas nunca há hora para sair. Falo por mim. Com um filho ainda consigo controlar a minha vida e ir às compras. Com dois já se tornaria mais difícil… Para mais quando se tem um marido que trabalha por turnos.Que tipo de programas vê na televisão?Desenhos animados (risos). Às vezes vemos as notícias, mas é enquanto estamos a jantar. Se pensamos em estar todos juntos são os desenhos animados que vemos ou os cd’s das touradas que o meu marido traz…É importante que os pais acompanhem os filhos a ver televisão?Muito importante. Há pouco tempo o meu filho via os desenhos animados de um ursinho que voava num balão. Não compreendia porque é que ele também não podia voar. É difícil explicar isto a uma criança de quatro anos. Tive que fazer ver que o que se passa na televisão não é realidade e que na verdade não é nada assim.O casamento está a sair de moda?A mim nunca me passou pela cabeça não casar porque sou de uma família com fortes tradições cristãs. Quando duas pessoas se juntam estão unidas hoje, mas podem não estar amanhã. Acho que não é tão verdadeiro como o casamento. Quem casa faz uma promessa um ao outro. É uma coisa muito mais forte. Vêem-se as fotos, mostram-se aos filhos e explica-se porque é que eles ainda não estavam lá. Tem algum livro de cabeceira?Não tenho tempo para ler durante o ano. Durante estas férias vou ler o “Código Da Vinci”. O filme já esteve cá em Azambuja, mas não quis vê-lo para não perder o interesse. Gosto primeiro de ler para fazer o filme na minha cabeça. Só depois vejo o filme para ver se as coisas eram como imaginei.

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