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‘Salero’ em terras de Vila Franca

‘Salero’ em terras de Vila Franca

Festa de rocio junta portugueses e espanhóis

Um grupo de amigos de Vila Franca de Xira abriu as portas da cidade para uma noite ibérica. Espanha aqui tão perto. Olé!

Danças sevilhanas e um grupo de triana tornaram a primeira noite de Julho no restaurante “O Forno”, em Vila Franca de Xira, numa verdadeira noite ibérica. Um grupo de amigos portugueses e espanhóis juntaram-se para recriar uma festa de rocio no centro da cidade de Vila Franca. Em noite de Colete Encarnado, no primeiro andar de “O Forno” cerca de três dezenas de pessoas partilhavam experiências e debatiam a festa maior de Vila Franca, sempre ao som dos ritmos da vizinha Espanha.Em terra de fado e fandango, o flamenco e as sevilhanas foram recebidos com entusiasmo e muito ‘salero’. Não faltaram as tapas e os adornos da cultura espanhola. Quem veio de Espanha aplaudiu e elogiou a postura dos lusitanos. Miguel Fernandez visitou o centro de Vila Franca. Oriundo da Galiza a curiosidade era muita para conhecer “não o berço, mas uma das mais importantes terras de toiros”, disse. “É uma cidade bonita e cheia de tradição”, acrescentou. A admiração por Vila Franca sente-se na forma como cada um dos ‘nuestros hermanos’ fala da Sevilha Portuguesa e da sua festa.Quem viveu outras festas, recorda com saudade emoções que se perderam no tempo. Elisabete Lopes, 41 anos, vilafranquense e aficionada, lamenta tudo o que o Colete Encarnado perdeu quando o compara com os seus tempos de adolescência. “Sentíamos um calor, sentíamo-nos uma família. Hoje muitos jovens com culturas e maneira de estar diferentes que se chocam e geram conflitos”, refere.A festa rociera, limitada a um grupo de amigos em ambiente de tertúlia, é para Elisabete Lopes uma “alternativa” às ruas que proporciona “o espírito do que já foi o Colete Encarnado”.António Martinho, um dos organizadores, explica que apesar de ser uma coincidência a realização da festa rociera em pleno Colete Encarnado, “a iniciativa enquadra-se no espírito”. A organização quis dar um toque pessoal ao evento e retribuir aos amigos espanhóis a forma como são recebidos em Espanha. Sílvio Breia, outro dos organizadores, destaca o convívio ibérico que a festa proporciona, dando-lhes a “possibilidade de podermos ter uma tertúlia”. António Martinho defende que a festa “recria uma ambiente algo selectivo” que se apresenta como uma alternativa para quem quer fugir à agitação das ruas da cidade. Para o grupo de amigos que lançou a iniciativa, onde se inclui ainda Paulo Ricardo, este tipo de festas deveria repetir-se várias vezes ao longo do ano. Um trabalho que, segundo António Martinho tem vindo a ser desenvolvido pelo grupo que “tem a aficion no sangue”. Não fossem filhos de Vila Franca. “Este é o espírito de Vila Franca que tem que ser vendido como uma marca”, defendeu Sílvio Breia. E acrescentou que “Vila franca tem que andar muito, senão as pessoas irão para outro sítio”.Fernando Carneiro, do restaurante “O Forno”, referiu que a festa de rocio veio dar “um bocadinho de classe” à cidade. Por isso considerou que foi uma honra abrir as portas do salão para este convívio. A festa prolongou-se pela noite dentro entre danças, tapas, copos e a partilha de emoções tauromáquicas e outras. Sara Cardoso
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