Faltou público no concerto de Milton Nascimento
Câmara de Torres Novas não encontra explicações para a fraca adesão
Contra todas as expectativas da organização, o concerto de Milton Nascimento, realizado a 22 de Julho no Teatro Virgínia, em Torres Novas, revelou-se um verdadeiro golpe no orçamento daquela sala de espectáculos. E nem o facto de ser o único concerto que o cantor brasileiro deu este ano em Portugal fez com que a sala enchesse. Um fiasco que se terá traduzido num prejuízo de 34 mil euros, segundo números apontados pelo jornal “O Riachense”. Recorde-se que o espectáculo, inicialmente agendado para o Palácio dos Desportos, foi repentinamente deslocado para o Teatro Virgínia, dois dias antes do concerto. Uma opção que na altura foi atribuída a motivos de ordem técnica, e à reduzida venda de bilhetes para o concerto. Tendo em conta que os bilhetes para o espectáculo foram vendidos a 20 euros, e que assistiram ao concerto 300 pessoas, o Teatro Virgínia arrecadou 6 mil euros em receitas de bilheteira. Um número que fica muito longe de fazer face ao custo total do espectáculo, que terá rondado os 40 mil euros.Até ao fecho desta edição, não foi possível apurar as causas de tamanho prejuízo, uma vez que a direcção artística do teatro, responsável pela organização do concerto, se encontra de férias e o espaço está encerrado até ao final deste mês. Contactado por O MIRANTE, o vice-presidente da câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, admitiu o fracasso da iniciativa. No entanto, não adiantou qualquer explicação para o sucedido, limitando-se a dizer que “o mundo dos espectáculos não é fácil de compreender”. E que, “apesar da desilusão, foi um orgulho para o município e para a região” ter Milton Nascimento a actuar no palco do Teatro Virgínia.“Sinceramente não consigo encontrar qualquer explicação para o sucedido. Estamos a falar num artista com provas dadas a nível internacional. E não acredito que a fraca adesão ao espectáculo se justifique com a falta de publicidade, porque houve uma grande aposta nessa área. Mas a verdade é que alguma coisa correu mal”, diz Pedro Ferreira.Por isso, o vice-presidente da câmara diz que “é preciso interpretar o que aconteceu e ter mais cuidado daqui para a frente”, de forma a evitar maiores derrapagens orçamentais. E adianta que “o que aconteceu não pode condicionar projectos futuros”, pelo que “o Teatro Virgínia vai continuar a apostar na qualidade e a trazer a Torres Novas artistas de renome”. Desta vez, com alguns cuidados acrescidos: “Recorrer a apoios financeiros, ao nível do mecenato, pode ser uma hipótese para evitar prejuízos”, diz Pedro Ferreira.
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