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Santarém recua ao tempo da ocupação muçulmana

Santarém recua ao tempo da ocupação muçulmana

Festival Islâmico-Cristão de sexta a domingo
A ocupação islâmica de Santarém na Idade Média vai ser recriada no próximo fim de semana através da realização do Festival Medieval Islâmico-Cristão. Entre sexta e domingo o centro histórico da cidade recua no tempo. Espectáculos de teatro, música, exposições e venda de artesanato, tendas de chá e armas da época são alguns dos atractivos da iniciativa que tem como palco o centro histórico da cidade.Almocreves, malabaristas, bailarinas, cuspidores de fogo, mendigos, bruxas e videntes vão animar locais nobres como o Largo do Seminário, o Largo Padre Francisco Nunes da Silva e a Praça Visconde Serra do Pilar.No Largo Padre Francisco Nunes da Silva vai estar instalado um acampamento militar onde os visitantes poderão apreciar uma mostra de armas e outros apetrechos da época.O Largo do Seminário acolhe cenas ligadas ao mundo cristão, como um mercado, desfile e música medieval, teatro e artesanato ao vivo. A civilização islâmica assenta arraiais no Largo de Marvila, onde se pensa ter existido a mesquita muçulmana.Tendas de orações, bancas de comércio e tendas de chá são alguns dos atractivos numa zona onde se vão realizar algumas conferências sobre temas islâmicos e um concerto com “Eduardo Ramos Ensemble Moçarabe”.Animação de rua com malabaristas cuspidores de fogo e personagens típicas ajudam a compor o cenário que pretende fazer Santarém recuar dez séculos no tempo e relembra a convivência pacífica entre as duas culturas.“Queremos uma cidade aberta para receber uma relação que é sempre retratada como um conflito. Esquecemo-nos sempre da parte que não foi conflituosa e marcada por batalhas. Por isso, queremos lembrar em Santarém os séculos de convivência pacífica entre cristãos e muçulmanos”, explica Nuno Domingos, director do Departamento de Assuntos Culturais da autarquia.A história de Santarém tem forte influência do Magreb e há anos que se tentava realizar algo que o assinalasse. “Foram quatro séculos em que tivemos sob influência árabe, que depois permaneceu, porque após a conquista de Santarém por D. Afonso Henriques, os mouros foram para a mouraria e ficaram cá a viver”, recorda Nuno Domingos, sublinhando que hoje a relação não é mais e que do “foro do relacionamento”, embora na cidade “não se possa fazer um buraco sem que apareçam vestígios islâmicos”.Em colaboração com a comunidade islâmica de Granada e Sevilha, de onde vêm 80 representantes, e a Ordem do Sagrado Portugal, Santarém propõe-se no início de Setembro receber “um encontro de culturas, um desafio interessante que tem o aspecto menos comum de juntar dois mundos dos quais temos de aprender a distinguir e a perceber as diferenças”.A exposição “Santarém e o Magreb - Encontro Secular (970- 1578)” estará patente na Igreja S. João de Alporão. Entre as peças expostas, destaque para duas moedas únicas encontradas em escavações em Santarém: um dinheiro em bunhão, do tempo de D. Afonso Henriques, e um dinar em ouro datável. As visitas são gratuitas durante o festival.
Santarém recua ao tempo da ocupação muçulmana

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