uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Alviela: Festival de luto e luta

Moita Flores
O Festival Internacional do Alviela, realizado em Vaqueiros no passado fim de semana, obriga a múltiplas leituras cujas consequências de maior vulto só a médio prazo poderemos compreender melhor.Ao longo de toda a semana Santarém e o problema da despoluição do Alviela foram uma das notícias centrais dos noticiários regionais e nacionais tendo como referência o certame que ali se iria realizar. Por outro lado, a grandeza do Festival, as 18 mil pessoas que por ali passaram ao longo dos três dias de concertos, a qualidade dos artistas, a emoção e a alegria que transformou Vaqueiros num centro de atenção invulgar, revela a energia do concelho e da região, a atenção nacional às grandes questões associadas à qualidade da água, ao ambiente e à construção de um país mais inteiro, onde os direitos do Homem podem, devem e querem conviver com os direitos da Terra.O Festival Internacional do Alviela mostra outra lição. Os velhos do Restelo que têm passado anos e anos lamentando Santarém, chorando a falta de auto-estima, lamuriando a falta de alma, intrigando maledicências sobre a desvalorização da terra que pretensamente dizem amar estão a ser vencidos pela força, pela determinação de muitos mais que confiam na alma escalabitana, que resistem, que lutam e que constroem, mesmo quando o coração está de luto.“A luta pelo Alviela não vai esmorecer. Até que o problema se resolva. Até lá, mesmo com luto no coração, não duvido que os povos de Santarém e Alcanena, de toda a região, do país estarão connosco”Foram muitos milhares que testemunharam um rio poluído e foram ali dizer que não pode continuar assim. E não tenho dúvidas que é por aqui, pelo alargamento das frentes de trabalho onde Santarém atrai a atenção nacional para a festa, para a luta que é possível atrair investimento, atrair jovens, atrair simpatia por uma terra que tem tudo para se vangloriar do que viveu e tem para viver e não tem nada para que fique a lamentar-se, taciturna e intriguista, como se fosse uma velha bruxa com medo do futuro.O Festival foi a demonstração, mais uma, da vontade de conquistarmos um ambiente de qualidade e defender a água. O governo não pode deixar de ter ouvido este grande apelo cívico, unitário, vindo de todos os lados da política e da emoção, feito de elevação moral.A luta pelo Alviela não vai esmorecer. Até que o problema se resolva. Até lá, mesmo com luto no coração, não duvido que os povos de Santarém e Alcanena, de toda a região, do país estarão connosco, solidários, para trazer melhor justiça e equidade no cuidado com os nossos rios.Que se desiludam os medíocres, os velhos do Restelo, os submissos, os servis, os caciques sem outro préstimo que não seja para a louvaminha. A grandeza da vida, a luta pela qualidade, pela competitividade e pelo futuro é muito maior do que a miséria moral dos vencidos.

Mais Notícias

    A carregar...