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Câmara e Misericórdia da Chamusca querem reactivar antigo hospital

Câmara e Misericórdia da Chamusca querem reactivar antigo hospital

Eleitos da CDU na assembleia municipal colocam muitas reservas

Três elementos da maioria CDU dizem que os preços que se prevê praticar nessa unidade de saúde só estão ao alcance dos ricos.

O formulário de candidatura à criação de uma unidade de cuidados continuados de saúde no antigo hospital da Chamusca não reuniu o consenso da assembleia municipal que na reunião extraordinária, realizada sexta-feira, acabou por o ratificar por maioria. A candidatura vai ser apresentada pela Santa Casa da Misericórdia da Chamusca ao programa de Regime de Incentivos Saúde XXI – Criação e Adaptação de Unidades de Prestação de Cuidados de Saúde.O projecto prevê uma parceria com a Câmara da Chamusca que, no caso de aprovação nas instâncias governamentais, aponta para um financiamento de 33 por cento por parte da autarquia. Esse foi um dos pontos da discórdia manifestada por três elementos da CDU.A candidatura da Misericórdia da Chamusca visa o aproveitamento das instalações do antigo hospital, transformando-o numa unidade de cuidados continuados de saúde, com diversas valências, quer ao nível de diagnóstico, quer também em pequenas cirurgias.O projecto ainda está numa fase inicial não havendo por isso nada de concreto quanto ao seu custo e ao seu funcionamento, mas o executivo camarário já havia dado o seu parecer positivo, sendo agora a vez da assembleia fazer o mesmo. O aval da assembleia não foi totalmente pacífico e as principais dúvidas surgiram da bancada da maioria. Na votação três elementos da CDU, Pedro Silva, João Saramago e Vítor Costa, abstiveram-se.Os eleitos da CDU que se abstiveram olharam para os números apresentados na candidatura, em relação aos preços a praticar, e não gostaram. Quer no que diz respeito aos internamentos, que apontam para 75 euros/dia, quer nas consultas externas que prevêem 50 euros por consulta. “Isto não é uma obra para todos os cidadãos do concelho, é apenas para quem tiver dinheiro, é para os ricos”, disse Pedro Silva.Os mesmos elementos da CDU colocaram muitas reservas à participação da câmara neste projecto, porque entendem que os muitos milhares de euros que a autarquia vai gastar não vão contribuir para a melhoria dos cuidados de saúde da comunidade mais desfavorecida.Para além disso, segundo a CDU, a autarquia devia defender de uma forma mais activa a manutenção da abertura do centro de saúde até às 24h00 e não deixar encerrar qualquer das extensões de saúde das freguesias.Perante a postura das bancadas do PS e PSD/PP, que deram o seu apoio sem grandes perguntas ou sugestões, os elementos da CDU afirmaram que esse apoio não era de estranhar. “Os dois partidos têm vindo ao longo dos últimos dez anos a matar o Serviço Nacional de Saúde na Chamusca, que começou com o encerramento do hospital e depois do SAP. É uma tristeza mas é uma realidade”, afirmou Pedro Silva.As explicações do presidente da câmara, Sérgio Carrinho, de que os mais desfavorecidos não iam ser prejudicados porque os serviços iriam ser convencionados, não demoveram os três elementos da CDU, que se abstiveram e garantiram que iam manter uma posição vigilante quanto ao processo. Os restantes elementos da assembleia votaram favoravelmente o documento.
Câmara e Misericórdia da Chamusca querem reactivar antigo hospital

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