Observatório da Imprensa organiza curso em Santarém sobre novas linguagens da comunicação
“O principal desafio diário para qualquer jornalista é escrever bem, de forma organizada e escorreita, com frases curtas, sujeitos e verbos no lugar, de forma a que o leitor entenda a mensagem”. Este foi um dos recados que Francisco Moita Flores, presidente da Câmara de Santarém, escritor, professor universitário e guionista de televisão, fez questão de passar aos cerca de 40 alunos presentes na apresentação do curso “Novas Tecnologias e Novas Linguagens da Comunicação”, organizado pelo Observatório da Imprensa. A sessão de apresentação decorreu no Teatro Sá da Bandeira, no dia 24 de Outubro, e contou ainda com a participação de Joaquim Vieira, jornalista e presidente do Observatório da Imprensa, e de António Marques, gestor da Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo (CDRLVT). As aulas decorrem na instalações da Escola Superior de Gestão de Santarém, destinam-se a alunos do distrito, licenciados ou pré-licenciados dos cursos de comunicação social, e que ainda não estão integrados no mercado de trabalho. Francisco Moita Flores, o orador convidado, fez questão de explicar que estava presente na sessão de apresentação do novo curso não como autarca, mas como escritor e romancista. E foi com o espírito de homem de letras que procurou aconselhar os formandos nos cuidados a ter com a profissão que pretendem abraçar.Depois de explicar as diferenças que existem entre os profissionais do jornalismo e quem escreve livros de ficção ou argumentos para televisão, Moita Flores deixou claro que nalguns aspectos eles são almas gémeas, nomeadamente quando têm que respeitar o bom português e o rigor da investigação.“Há, actualmente, uma geração de bons jornalistas que escreve muito bem, mas a esmagadora maioria peca por muitas falhas graves, sobretudo a nível gramatical. Não se preocupem só com a grande história ou o grande evento. Preocupem-se, essencialmente, com a forma como o contam e como o descrevem, pois a escrita é a base de todo o jornalismo”, aconselhou. “Escrevi muito para televisão e aquilo que julgo que tem contribuído para alguma da consideração que têm pelo meu trabalho resulta do facto de procurar construir as histórias com princípio meio e fim. Seja qual for o meio pelo qual se divulga a história, é fundamental construir histórias com princípio meio e fim. Temos que ter a capacidade de prender a atenção de quem nos lê ou nos ouve exactamente como aprendemos da boca dos nossos pais ou dos nossos avós”, salientou.Para António Marques o apoio a estes cursos justifica-se tendo em conta a necessidade de criar condições às empresas da região para encontrarem profissionais à altura dos objectivos das empresas. O presidente do Observatório da Imprensa, Joaquim Vieira, acredita que a comunicação social está a viver uma revolução no modo de comunicar e que Portugal tem que se adaptar à nova realidade global. “O objectivo principal do curso, “Novas Tecnologias e Novas Linguagens da Comunicação”, é formar jovens profissionais no sentido de estarem preparados para enfrentarem os desafios da nova comunicação tecnológica”, referiu.
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