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Crimes mais frequentes na área de intervenção da PSP são furtos e roubos

Crimes mais frequentes na área de intervenção da PSP são furtos e roubos

Comandante da esquadra diz que Vila Franca de Xira é uma cidade segura

Furtos e roubos são os crimes mais frequentes na cidade que o subcomissário Carlos Fernandes apelida de segura. O comandante da Esquadra da PSP de Vila Franca de Xira elege o trânsito rodoviário como a maior dor de cabeça. Apesar de ter poucos agentes e uma esquadra onde o espaço se mede ao centímetro, garante que isso não vai condicionar o desempenho dos polícias. O oficial que veste ganga e conduz uma potente moto, prima pela discrição, e quer aproximar ainda mais a polícia dos cidadãos. Mais do que a PSP, é o Benfica que o faz sofrer.

Qual a razão por que decidiu pedir transferência para a Esquadra de Vila Franca de Xira, mantendo-se na Divisão de Loures?Era um anseio antigo. Como moro no concelho, facilita-me também em termos de deslocação. Depois, porque é uma esquadra destacada para outro tipo de serviço, mais ambicioso, mais completo, que obriga as pessoas a empenharem-se na sua função. Já se fala há muitos anos numa nova esquadra. Qual é o ponto da situação?Desconheço, nesse sentido, qualquer projecto a breve prazo. A 90ª Esquadra é composta por quantos efectivos?Cerca de 70 efectivos.Já foram mais de 80, são suficientes para as necessidades da cidade?Uma esquadra de polícia precisa sempre de mais elementos. Quanto maior for o número de agentes, melhor serviço poderá proporcionar à população. A haver um défice, não será muito grande, até porque Vila Franca de Xira, por aquilo que tenho verificado, não é uma cidade muito problemática nem violenta. No entanto, existem casos pontuais de criminalidade. Que tipo de criminalidade?Essencialmente, furtos e, esporadicamente, roubos. Tivemos um período mais complicado com vários assaltos à mão armada que eram feitos por grupos de fora do concelho. Foram detidos e a situação acalmou. À excepção desta vaga, não tenho conhecimento de assaltos violentos ocorridos na cidade.A violência doméstica é um dos crimes mais recorrentes em Portugal? A 90ª Esquadra está equipada com um gabinete próprio, vocacionado para este tipo de casos? Não temos nenhum gabinete, mas temos recebido algumas queixas relativas a violência doméstica. Temos uma agente do “Programa Apoio 65 - Idosos em Segurança” que, em caso de necessidade, acorre a situações de violência doméstica e está preparada para o efeito.Tem recebido muitas queixas?Este ano, já registámos umas dezenas de queixas de violência e alguns casos muito complicados.Tem havido ilícitos criminais de vários indivíduos originários do Leste Europeu e do Brasil. Os imigrantes estão a ser bem integrados ou são fonte de preocupação?Estão devidamente integrados, tanto na vida social como na vida activa da cidade. No fundo, não é por viverem em Vila Franca que o crime tenha aumentado. Nada disso.Vários agentes foram vítimas de agressões em serviço. Os polícias estão preparados para lidar com esta realidade?Garanto não existir violência gratuita em qualquer departamento desta Esquadra. A actuação da polícia pauta-se por determinados preceitos legais, que estão perfeitamente identificados. Quando a nossa actuação se revela mais firme, tem sempre em consideração a atitude da outra parte. Nestes casos, quando a nossa atitude se revela mais firme será sempre no estritamente necessário para que a lei possa ser aplicada. Quando existe violência direccionada aos agentes, durante a sua actuação, os mesmos têm necessidade de evitarem quaisquer agressões. Esta atitude encontra-se perfeitamente citada na lei. Ou seja, usamos a força estritamente necessária, proporcional e adequada. São normativos que se cumprem à regra. Não há, por isso, violência gratuita.Com que sensação fica quando a polícia detém indivíduos que praticaram ilícitos criminais, mas que, depois de presentes a tribunal, saem em liberdade, ficando a opinião pública com a ideia de que existe uma certa impunidade e que o crime compensa? Os juízes desempenham um importante papel no cumprimento da lei. Obviamente que a sua actuação é diferente da PSP. Enquanto polícias, estamos vinculados a um determinado dever e não nos cabe a nós julgar os actos dos magistrados. Se entendem que um indivíduo não deve ser preso preventivamente, ou que não deve sofrer uma medida de coação mais forte e deve sair em liberdade, estão a fazer o seu trabalho, que é aplicar a lei da forma como ela está definida. As pessoas ainda olham para a polícia com desconfiança ou, pelo contrário, existe o contacto regular entre o agente da autoridade e a população, naquilo que é regularmente chamado por “Policiamento de Proximidade”?Damos muita importância ao “Policiamento de Proximidade”. Porque Vila Franca é uma cidade pequena, as pessoas têm tendência para se conhecerem mais ou menos umas às outras. À semelhança de outros locais, a população reage de acordo com aquilo que são as suas conveniências. Se um individuo, por qualquer razão, for autuado numa situação de trânsito, supostamente que terá uma ideia negativa da policia.E há vários casos desses na cidade?Esta atitude dos agentes da autoridade tem a ver com a aplicação daquilo que são as regras para o bom funcionamento da cidade. Se calhar, essa pessoa entende a autuação apenas como uma perseguição da polícia ao condutor, o que não é. Noutro âmbito, à excepção de três ou quatro indivíduos oriundos dos bairros mais problemáticos, que, pela sua conduta, não vêm na polícia uma boa parceira, a população percebeu que os agentes de autoridade são pessoas com quem podem confiar.Um dos grandes problemas da cidade diz respeito ao trânsito rodoviário… Estão a ser estudadas algumas soluções em conjunto com a Câmara Municipal e Junta de Freguesia de Vila Franca, respectivamente, para tentar resolver o problema de trânsito. O problema é que as duas principais vias rodoviárias que atravessam a cidade são também suas confluentes; ou seja, uma permite a entrada de veículos, outra permite-os sair. Se, por qualquer razão, existir algum obstáculo à normal circulação do trânsito rodoviário, cria-se de imediato um engarrafamento de grandes proporções. Neste momento, as estatísticas referem que existem 3,2 carros para cada agregado familiar de Vila Franca de Xira. Para tal, será preciso muitos lugares de estacionamento. Acontece que não há muitos espaços para se criarem estacionamentos dentro da cidade. A solução passará por estacionar fora da cidade e usar transportes públicos como alternativa. As pessoas não têm grandes possibilidades de estacionamento. Muitas das vezes, a alternativa encontrada prende-se com a prática corrente de estacionar em cima do passeio. Existe alguma margem de manobra, ou de tolerância, por parte dos agentes de trânsito, tendo em conta esta situação?O estacionamento é um problema, tanto para quem trabalha, como para quem residente na cidade. A polícia é, por isso, coerente e tolerante na aplicação da lei de trânsito. Não posso é aceitar que se estacione uma viatura de forma a impedir a normal circulação do trânsito. Estacionamentos em segunda fila, por exemplo, nas ruas Alves Redol e Serpa Pinto, que normalmente impedem a normal circulação dos transportes públicos de passageiros, com todas as consequências que isso traz para o trânsito na cidade, não podem ser tolerados. É preciso existir alguma responsabilidade para com a normal circulação do trânsito. Caso contrário, ninguém se consegue “mexer” dentro da cidade. Considera-se um comandante de secretaria ou mais de acção?Obviamente que tenho muito trabalho de secretaria. No entanto, tento sempre que possível acompanhar algumas situações no terreno, no sentido de verificar quais são as reais necessidades ao nível da segurança em Vila Franca de Xira. Sobre situações operacionais, faço sempre questão de acompanhar e estar presente nas mais problemáticas. Mesmo assim, gostaria de ter mais tempo para andar na rua.É pouco visto em cerimónias públicas. A que se deve?Tem a ver, essencialmente, com a minha postura. Sou discreto, não gosto muito de aparecer em público. Mesmo assim, entendo que devo cumprir com os meus deveres institucionais de comandante quando solicitado. No entanto, e com o devido respeito a uma associação ou outra instituição da cidade, existem situações nas quais entendo que a minha presença não será tão necessária, por ter outro tipo de compromissos que considero serem mais importantes para o normal funcionamento da 90ª Esquadra. Não acha ser também vantajoso que as pessoas possam conhecer o comandante? Muitas delas têm essa oportunidade somente através dos eventos públicos…Entendo que a postura de um comandante de Esquadra da PSP seja dirigida à população, por isso, quaisquer problemas que os cidadãos tenham, podem vir falar comigo. Por mais insignificante que seja esse problema, estou sempre aberto para falar com todas as pessoas. Acho que esta é a melhor forma de servir a população de Vila Franca de Xira. Entendo que esta será sempre a melhor opção, mais ainda do que aparecer em público. Não tenho problemas em receber pessoas e de prestar o meu auxílio na resolução dos seus problemas. Também devo lembrar que alguns desses problemas só terão solução, não no imediato, mas sim com o tempo. Seja qual for o assunto, ele nunca é esquecido.
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