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Vagarosa, polvorosa e dolorosa em tribunal

Vagarosa, polvorosa e dolorosa em tribunal

Vereador foi constituído arguido por alegada difamação nos cartazes da campanha do PSD

Os cartazes da vagarosa, polvorosa e dolorosa chegaram ao Tribunal de Vila Franca. O vereador do PSD Rui Rei está acusado de difamação, mas garante que não houve intenção de ofender ninguém.

O vereador Rui Rei garante que não houve nenhuma intenção de ofender ninguém com os cartazes utilizados na última campanha eleitoral realizada no ano passado no concelho de Vila Franca de Xira. O autarca da coligação Mudar Vila Franca foi constituído arguido pelo Ministério Público na condição de ex-presidente da concelhia de Vila Franca de Xira do PSD. “Confio na justiça e aguardo o processo com toda a serenidade”, disse, recusando revelar o teor da acusação por estar em segredo de justiça.Fonte do PSD disse a O MIRANTE ser estranho o facto de Rui Rei ser o único arguido porque “não foi o autor da ideia, nem responsável pela campanha, nem sequer era o cabeça de lista”. Em causa estão os cartazes utilizados pela candidatura da coligação PSD-CDS/PP, protagonizada por Vasco Rato, no Verão de 2005. A palavra “rosa” apareceu associada a adjectivos de conotação negativa. “Polvorosa”, “Dolorosa” e “Pesarosa” foram alguns dos adjectivos utilizados nos cartazes, em que o sufixo “rosa” surgia destacado, numa alusão ao símbolo do PS e à sua candidata, Maria da Luz Rosinha, que viria a ser reeleita presidente. As queixas contra Rui Rei foram apresentadas, a título individual, por cinco eleitos do PS na câmara local, a presidente e os quatro vereadores. Os assistentes admitem também fazer pedidos de indemnização pelos danos, alegadamente, causados.Fonte do PSD considera que o PS quis calar a voz incómoda do vereador. Rui Rei garante que vai manter a postura de oposição “séria” e “coerente” e recorda o que se passou na reunião para discussão do orçamento e das grandes opções, realizada na quinta-feira. O autarca social-democrata votou contra os documentos defendidos pelo PS e foi duro nas críticas à gestão socialista.Segundo apurámos, junto de fontes envolvidas no processo, Rui Rei foi ouvido no Ministério Público e foi acompanhado de um advogado que o irá defender neste processo. Neste momento decorre ainda a fase de inquérito, no final da qual o Ministério Público decidirá se deduz ou não acusação contra Rui Rei. Outros responsáveis pela campanha podem vir a ser constituídos arguidos no decurso da investigação. Vasco Rato, cabeça de lista, Vítor Silva, mandatário financeiro e outros responsáveis da campanha, como a presidente da concelhia do CDS-PP, ainda não foram notificados nem constituídos arguidos. Os cinco eleitos socialistas que exerceram funções na câmara no anterior mandato deverão figurar no processo como assistentes. Os queixosos não pretendem prestar declarações sobre o processo nesta fase. Comissão Nacionalde Eleições ficou na dúvidaOs cartazes da rosa cheia de espinhos foram objecto de uma participação da Concelhia do PS à Comissão Nacional de Eleições (CNE) durante a pré-campanha para as autárquicas de Outubro de 2005. Maria da Luz Rosinha e o PS entenderam que estas expressões eram ofensivas para os seus eleitos e candidatos e punham em causa o seu bom-nome, reputação, honorabilidade e imagem. O PS referiu que os outdoors da coligação Mudar Vila Franca “ofendem direitos fundamentais dos eleitos do Partido Socialista”. A Comissão Política Concelhia afirmou que os termos “Gestão Dolorosa” e “Polvorosa” são facilmente associados pelos cidadãos a questões criminais, o que põe em causa os visados.Além da rosa ser o símbolo do PS, a palavra “rosa” e a sua associação às restantes expressões contidas nos cartazes também podia ser lida como uma referência indirecta à candidata socialista à Câmara de Vila Franca, Maria da Luz Rosinha, que viria a ganhar as eleições. A Comissão Nacional de Eleições concluiu que é “pelo menos extremamente duvidoso que possa considerar-se como não ilegais” as mensagens utilizadas. Numa reacção à queixa apresentada à CNE, o presidente da Comissão Política Concelhia do PSD, Rui Rei, disse, durante a campanha, que “o PS pretendia calar a voz da única alternativa à Câmara de Vila Franca de Xira”. Rui Rei referiu que não admitia “falsos moralismos nem ofensas do momento” e que se os socialistas quisessem levar a questão para os tribunais “nós lá estaremos”.
Vagarosa, polvorosa e dolorosa em tribunal

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