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António Mendes

Alverca, 43 anos

“Hoje em dia existe também uma falta de respeito para com o próximo, o que considero também ser uma forma de terrorismo, neste caso psicológico. No geral, penso que as pessoas atravessam uma grande crise de identidade e valores.”

Enquanto não ganha o euro milhões, a que se dedica?A minha vida é o trabalho diário como motorista de transportes públicos. Nos tempos livres, além de estar com a família, confraternizo também com os amigos. É difícil o seu trabalho?Sem dúvida, até porque começa a ser uma profissão cujos utilizadores exigem cada vez mais, de nós condutores, a prestação de um melhor serviço. Gosta de viajar? Já estive em vários pontos do mundo, nomeadamente, África do Sul, Moçambique (de onde sou natural), Espanha e Inglaterra. Presentemente, gostaria de visitar o Canadá. Tenho muita curiosidade em conhecer este país. Alguns familiares que passaram férias no Canadá deram-me já a conhecer o tipo de vida que se leva por lá. Posso dizer que fiquei bem impressionado com o que ouvi. Talvez um destes dias vá lá de férias… A escolher, prefere os jornais ou a televisão?Vejo televisão à noite e costumo ler os jornais durante o dia. Dou mais atenção às reportagens sobre a sociedade. Na televisão não sou muito de ver telenovelas ou outro tipo de programas.Utiliza a internet?Muito raramente. Não sou muito adepto das novas tecnologias. Mas não é por causa disso que me podem acusar de ser uma pessoa desactualizada.Qual foi a notícia que mais lhe marcou?Indiscutivelmente que foi a do “11 de Setembro”. Depois dessa data fatídica, são todas as notícias que têm relatado a crescente ameaça terrorista à escala global.Que imagem retém do “11 de Setembro”, agora a cinco anos de distância?Alguém quis demonstrar algo ao mundo e escolheu o pior caminho para o fazer. O “11 de Setembro” constituiu a forma errada de transmitir uma mensagem. Não é por fazer explodir dois aviões contra as Torres Gémeas, ou detonar bombas em atentados suicidas que se resolvem os problemas da humanidade. Pelo contrário, acentua-os.É da opinião que, actualmente, o mundo vive num clima de insegurança e suspeição?Absolutamente. Hoje em dia existe também uma falta de respeito para com o próximo, o que considero também ser uma forma de terrorismo, neste caso psicológico. No geral, penso que as pessoas atravessam uma grande crise de identidade e valores.E nos mais jovens?Estão cada vez mais agressivos. É impressionante porque, mesmo entre eles, noto existir grande falta de respeito. Sente que os pais estão ausentes da educação e do crescimento dos filhos?Existe cada vez mais a falta de entendimento e dificuldade de diálogo entre pais e filhos. Os pais passam muitas horas no trabalho, chegam a casa cansados e muitos deles têm ainda outro tipo de actividades com que se preocuparem. Por sua vez, os filhos vivem de forma mais livre e, em muitos casos, sujeitos a vários riscos. Desta forma, os problemas entre pais e filhos surgem com alguma naturalidade. Muitos deles devido ao facto de passarem pouco tempo juntos.Defina Portugal numa só palavra e justifique.Indefinido. Portugal é um país no qual o povo está ainda à procura de uma identidade.

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