Complexo desportivo de Santarém na baixa do Choupal
Inclui pavilhão, campo de futebol, centro de estágios e pousada da juventude
O futuro complexo desportivo de Santarém vai ser construído junto aos actuais dois pavilhões gimnodesportivos, na baixa do Choupal, e não nos terrenos perto da zona industrial para onde estava inicialmente previsto. A decisão foi tomada esta segunda feira pelo executivo municipal que aprovou o plano de projecto com os votos favoráveis do PSD e da CDU. O PS votou contra.A discussão deste assunto motivou uma acalorada discussão entre os eleitos do PSD, actualmente com maioria relativa, e do PS, que governaram a câmara até às últimas eleições autárquicas e que tinham apresentado a primeira localização, junto ao Bairro Suíço e à zona industrial, onde se chegaram a iniciar as obras de terraplanagem. O problema é que o complexo, como estava inicialmente previsto, com um total de 17 hectares, dificilmente poderia ser construído naquele local pois parte dos terrenos não eram da autarquia e havia constrangimentos com o abate de sobreiros, espécie protegida por lei. Problemas que levaram o PSD a repensar a localização assim que ganhou a câmara, tendo também em conta a concentração de instalações desportivas que é geralmente recomendada pelos técnicos.A decisão passou por recuperar uma proposta antiga que apontava para a construção de mais equipamentos desportivos na baixa do Choupal, uma zona que futuramente vai ser servida por uma via que ligará São Domingos à EN 3. O assunto já foi discutido inclusivamente com altos dirigentes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, que, segundo o presidente da autarquia, Moita Flores (PSD), concordaram inteiramente com a mudança e até avançaram com algumas sugestões técnicas. Este foi um dos argumentos utilizados pelo PSD para rebater as críticas do PS, que através do anterior presidente da autarquia, Rui Barreiro, e do ex-vereador com o Pelouro do Desporto, Joaquim Neto, afirmaram ser “totalmente falso” que tivesse sido projectada qualquer área de 17 hectares. O que havia, segundo os socialistas, era um plano que posteriormente seria negociado e do qual estava projectada apenas a primeira fase, que chegou a entrar em obras, suspensas assim que o PSD chegou ao poder.Rui Barreiro apontou também como constrangimentos à nova localização o facto do plano de pormenor da rua O prever uma estrada naquela zona, onde existe também uma linha de água que vai dificultar o projecto, e também o facto do terreno ter uma inclinação bastante acentuada e de a autarquia não ser proprietária de todo o espaço. O vice-presidente Ramiro Matos contrapôs que os terrenos em causa estão classificados como zona verde, o que facilitará a expropriação, e adiantou que o processo administrativo de expropriação já está a avançar. “Não esperava ouvir tanta barbaridade junta num assunto como este”, frisou Ramiro Matos, explicando as vantagens da concentração de equipamentos ao nível da gestão dos mesmos, quer para a autarquia quer também para as famílias que tenham, por exemplo, filhos a praticar várias modalidades desportivas.O plano agora aprovado e que entrará em fase de projecto técnico, prevê a construção de um pavilhão desportivo de qualidade e de um campo de relva sintética que terá na sua envolvente uma pista de atletismo. Estas obras arrancarão assim que o projecto técnico de concepção e construção, a lançar muito em breve, ficar concluído. Para uma segunda fase está prevista a construção de um centro de estágios de excelência que está a ser pensado em colaboração com a Federação Portuguesa de Andebol que ali poderá concentrar as actividades das selecções nacionais. O plano prevê ainda a construção de uma pousada da juventude, em colaboração com a Secretaria de Estado da Juventude e Desportos.Os custos estimados para esta nova localização são semelhantes ao plano anterior e rondam os 7,5 milhões de euros a dividir pelo orçamento municipal, pelos fundos comunitários e por verbas a receber do Governo.Luísa Mesquita (CDU) acabou por ser o fiel da balança nesta discussão, votando ao lado do PSD e viabilizando a nova localização. A vereadora ouviu atentamente a discussão entre as bancadas do PS e do PSD, fez algumas perguntas e justificou o seu foto favorável pela concentração de equipamentos e respectivos ganhos na gestão.A par do novo complexo desportivo, a autarquia está prestes a formalizar o acordo com o proprietário do Campo Chã das Padeiras, resolvendo um imbróglio com mais de uma década e permitindo que o espaço passe definitivamente para o domínio municipal. Em breve avançará também a colocação do primeiro dos cinco sintéticos que a autarquia quer instalar no concelho. Mais atrasada está a questão do campo construído na Quinta do Gualdim, entre Santarém e a Romeira, que está inserido nas contrapartidas da aprovação de um mega loteamento turístico e residencial. O promotor do projecto imobiliário não quer ceder o campo enquanto a autarquia não aprovar o loteamento.
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