Rendimento da actividade agrícola deve subir em 2006
Estimativa do Instituto Nacional de Estatística prevê crescimento de 1,2 por cento
O rendimento da actividade agrícola em 2006 deverá subir 1,2 por cento para o que contribuiu a estabilização da produção em valor e a redução nominal do consumo intermédio, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE). A primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura para este ano divulgada pelo INE, refere que o rendimento empresarial no sector agrícola vai aumentar de 1,677 mil milhões de euros em 2005 para 1,761 mil milhões em 2006."Estima-se que o rendimento agrícola associado à utilização de uma Unidade de Trabalho Ano (UTA) em 2006 seja, em termos reais, cerca de 1,2 por cento superior ao do ano anterior", tendo em conta um índice de preços de 2,2 por cento do Eurostat, explica o comunicado do INE.A produção do ramo agrícola, a preços base, a que chegou o INE para 2006 é de 6,394 mil milhões de euros contra 6,411 mil milhões no ano anterior. A este valor é subtraído um conjunto de elementos como o consumo intermédio, que foi de 3,765 mil milhões, e que inclui gastos em sementes e plantas, energia e lubrificantes, adubos e alimentos para animais.O ano agrícola de 2006 caracterizou-se por um quadro meteorológico que favoreceu as sementeiras e o desenvolvimento da maioria das culturas, mas também por uma precipitação intensa que afectou as vindimas, avança o INE. Em termos de produção vegetal, a estimativa aponta para uma subida de 3,2 por cento, em valor, atingindo 3,638 mil milhões de euros, com destaque para os cereais, batata e frutos, cujos aumentos são de 6,9 por cento, 82,8 por cento e 9,5 por cento, respectivamente. Em volume, a subida nos vegetais deverá ser de 2,6 por cento, enquanto os preços base sobem 0,6 por cento.Na produção animal, os valores a que chegou o INE referem uma descida de 5,3 por cento em valor, para 2,485 mil milhões de euros, com quebras nos bovinos e no leite, com menos 24,5 por cento e 7,7 por cento. O volume da produção animal deverá descer 1,5 por cento, para preços base que caiem 3,8 por cento.A redução estimada para o volume de produção de bovinos, de sete por cento, é explicada pelo INE com o decréscimo dos abates, resultante da seca de 2005, com quebra no efectivo reprodutor e consequente redução de nascimentos. A evolução descida de 18,8 por cento dos preços base dos bovinos explica-se pela descida dos subsídios aos produtos devido ao Regime de Pagamento Único (RPU).O INE estima que o total de subsídios pagos ao sector agrícola no ano passado registe um decréscimo de 26,8 por cento e explica que "em termos estruturais, devido ao RPU e de acordo com os conceitos de Contabilidade Nacional, assiste-se a uma transição progressiva dos montantes registados em 'subsídios aos produtos' para 'outros subsídios à produção'". Em 2006, os subsídios à produção deverão passar a representar 75 por cento do total de subsídios à agricultura contra os 54 por cento registados no ano anterior. Os subsídios à produção subiram de 562,6 milhões de euros para 568,9 milhões.
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