uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Eleitos do PS chumbam documentos da maioria socialista em Alverca

Inédito. A bancada socialista na Assembleia de Freguesia de Alverca chumbou um protocolo de descentralização da gestão das capelas mortuárias elaborado pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira para transferir a competência para a Junta de Freguesia de Alverca. Ambas as autarquias são geridas por maiorias do PS. Na mesma reunião, os eleitos da bancada PS chumbaram a tabela de taxas e licenças para 2007 e vão obrigar o executivo composto por sete eleitos do PS a utilizar a tabela em vigor.A minuta do protocolo rejeitada tem a ver com as capelas mortuárias construídas pela câmara no novo cemitério cujo terreno é propriedade da junta de freguesia. Espada Pereira, líder da bancada do PS, considera que não faz sentido a assembleia estar a autorizar a junta a assinar um protocolo para gerir um bem construído no seu terreno. “Não tem nenhum cabimento. Se foi a câmara que pagou as capelas só tem que dizer quanto gastou”, referiu. “É isso que o executivo tem de dizer à senhora presidente da câmara”, acrescentou. Espada Pereira terminou a intervenção com um desabafo: “a junta não é barriga de aluguer”.Nesta matéria todos os eleitos estiveram de acordo e o protocolo foi rejeitado. Contudo, CDU e Bloco de Esquerda argumentaram com outras razões. Ambas as bancadas temem que a privatização da exploração das capelas mortuárias, prevista no protocolo e admitida pelo presidente da junta, se traduza em mais um prejuízo para as populações devido ao agravamento das taxas praticadas actualmente. “Os privados só visam lucro. Porque é que ajunta de freguesia não assume a gestão como até aqui”, questionou Fernando Moreira da bancada comunista.O eleito do Bloco de Esquerda, Paulo Alexandrino acusou o executivo de se demitir das funções para que foi eleito e de querer seguir uma política capitalista. “Até a morte é um negócio”, concluiu.Com a rejeição do protocolo, a junta vai mesmo ser obrigada a continuar a gerir as novas capelas que irão ser mais utilizadas depois do encerramento das capelas do antigo cemitério de São Sebastião.Numa noite complicada para o executivo socialista, os membros da junta viram ainda os seus colegas da lista rejeitarem a tabela de taxas para 2007. E também por causa do cemitério. Os socialistas consideram exagerado o preço de 25 euros praticado para o levantamento de campas para a trasladação dos ossos para os ossários ou do cemitério antigo para o novo. O presidente da junta, Afonso Costa (PS) argumentou que a junta prevê um preço social que é metade do cobrado pelos canteiros, mas mesmo assim não convenceu a maioria dos eleitos da bancada socialista que votaram contra enquanto a CDU se absteve.Afonso Costa foi apanhado de surpresa e questionou: agora como é que cobramos as taxas? Espada Pereira respondeu: “aplique-se as taxas de 2006”. Quem fica a ganhar são os munícipes, pelo menos, até à aprovação da nova tabela que deverá ser levada à reunião da assembleia em Abril.

Mais Notícias

    A carregar...