uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Paulo Costa lidera projecto ambicioso na Chamusca

Paulo Costa lidera projecto ambicioso na Chamusca

Equipa de juniores está em primeiro lugar no campeonato distrital de segundo nível ainda sem derrotas
A direcção do União da Chamusca decidiu retomar a formação de uma equipa de Juniores. Para a orientar convidou o treinador Paulo Costa, antigo jogador de futebol que passou por vários clubes do distrito de Santarém, incluindo o União da Chamusca, no ano em que o clube chamusquense subiu à primeira divisão distrital.O treinador de futebol de 37 anos, que começou a jogar aos seis no CADE e terminou a sua carreira futebolística há dois anos no Águias de Alpiarça, explicou em conversa com O MIRANTE que foi a paixão pelo futebol que o levou a aceitar este desafio na sua nova carreira. “Espero que seja o início de uma bonita carreira de treinador”, disse, adiantando que ambiciona um dia chegar ao escalão sénior do futebol. Paulo Costa, que concilia o futebol com a profissão de delegado de informação médica, tem consciência de que não é fácil treinar jogadores em idade adolescente mas acredita que com compreensão e muita disciplina é possível motivar os seus pupilos para trabalharem todos os dias um pouco mais. Há dois anos a disputar a segunda divisão do campeonato distrital de Santarém, o treinador só pensa em ser campeão esta época.- O que pensa da aposta na formação de jogadores nas camadas mais jovens por parte do União da Chamusca ?Foi uma excelente ideia da direcção do clube. No futuro as equipas seniores terão que renovar-se com jogadores que saem do futebol juvenil e da formação dos próprios clubes. A Chamusca não será excepção, por isso aposta nas camadas mais jovens.- Ambiciona, enquanto treinador, chegar a um escalão maior do futebol português?Tenho trabalhado para isso. Todos os anos vou aperfeiçoando conhecimentos para poder chegar mais longe. De momento o meu objectivo é melhorar, todos os dias, um pouco mais na formação e no acompanhamento diário com os meus jogadores. Gosto de acompanhá-los quer nos treinos quer fora dos relvados. - Para dar um salto maior um dia mais tarde.Obviamente, tenho os meus objectivos definidos nesse capítulo e se a oportunidade surgir vou estudar as propostas, mas cada coisa a seu tempo. - Quando era jogador alguma vez sonhou jogar numa grande equipa como o Benfica ou Sporting?Quando somos jovens sonhamos muito e eu também sonhava e tive a oportunidade de representar a selecção distrital de Santarém, durante dois anos consecutivos, na equipa de juvenis. No primeiro ano, surgiu a oportunidade de fazer um estágio na equipa juvenil do Sporting que, infelizmente, não se chegou a concretizar porque o meu pai achava que eu não ia conseguir conciliar com a escola. Apesar de não ter concretizado o sonho de jogar num grande clube senti-me sempre realizado enquanto jogador. - Como é que é trabalhar com jovens de 17/18 anos ?O escalão júnior é de facto o mais complicado de se trabalhar. É a fase de transição da adolescência para a idade adulta e, muitas vezes, eles ainda não sabem bem aquilo que querem da vida e só com muita compreensão e muita disciplina é que podemos ajudá-los a definir objectivos e a trilhar caminhos.- Hoje em dia é mais importante para um treinador saber tácticas de futebol ou tácticas disciplinares?O futebol é a mistura da táctica futebolística com a disciplina que se emprega dentro do campo. A disciplina é extremamente importante e eu valorizo muito a disciplina na minha equipa. - Os juniores são mais indisciplinados do que os seniores?É diferente. Os juniores são, talvez, mais impulsivos. Não controlam tão bem as emoções. Em relação à minha equipa não tenho rigorosamente nada a apontar porque, de facto, têm sido verdadeiramente extraordinários na forma como aceitam e sabem interpretar o que lhes transmito e ensino. - É uma equipa unida?Sim. Só assim se justifica o facto dos resultados desportivos este ano serem muito melhores que o ano passado apesar da equipa ser a mesma. - A saída de um jovem para uma equipa de maior dimensão é para si uma alegria ou uma tristeza?É uma alegria porque é o culminar de um percurso feito no futebol juvenil e vê-los no futebol sénior é, de certa forma, o reconhecimento do trabalho desenvolvido com eles nas camadas mais jovens. - No plantel de juniores do União da Chamusca existem jovens com qualidade para jogarem no futuro em equipas de maior dimensão?Sem dúvida que sim. Tenho-lhes dito que muitos têm potencial para irem mais além, mas também faço ver que as oportunidades não caem do céu e têm que trabalhar todos os dias. Existem quatro, cinco elementos nesta equipa que no final da época podem perfeitamente integrar o plantel sénior.Há muitos jovens que logo a seguir aos treinos puxam de um cigarro ou bebem umas cervejas. Há formas de controlar esses maus hábitos?Felizmente na minha equipa não tenho muitos casos desses mas não é uma situação fácil. Tento ser, sempre, treinador e amigo ao mesmo tempo. Sou contra as proibições.- Em todos os clubes em que há futebol sénior há queixas que o dinheiro é todo para os seniores. Se existisse uma maior aposta na formação de atletas, nas camadas jovens, estariam mais equipas ribatejanas em escalões superiores?Não há dúvida que o futuro dos clubes é sempre assegurado pelo futebol juvenil. Também não deixa de ser verdade que o motor de todos os clubes, o que move a massa associativa é, e sempre foi, o futebol sénior, por isso é natural que a maior parte do dinheiro seja canalizado para eles. - O que acha da falta de público nos jogos das camadas jovens? O desinteresse de alguns pais é um factor que me entristece bastante porque os jovens precisam de sentir o apoio da família. É importante para o seu desenvolvimento enquanto jovens e atletas. Se os pais de cada jogador estivessem presentes nos jogos já seriam, pelo menos, meia centena de adeptos. - Nota diferenças nos árbitros quando apitam jogos dos mais novos e dos seniores? São mais benevolentes?Daquilo que conheço da arbitragem acho que houve uma grande melhoria a nível geral. No futebol juvenil a melhoria tem-se sentido, sobretudo, na tentativa dos próprios árbitros serem mais educadores do que propriamente juízes de jogo.- A que se deve o facto de não existir tanto futebol feminino em Portugal como existe noutros países europeus, nomeadamente ao nível da formação?Portugal tem um atraso muito grande em relação a muitos países da União Europeia. Não existem infra-estruturas nos próprios clubes que proporcionem o nascimento dum campeonato feminino de futebol. No dia em que existirem condições tenho a certeza que não vão faltar jovens a aderir à modalidade. - Até que ponto os campos sintéticos ajudam na qualidade do futebol praticado nas camadas jovens?Há muita controvérsia sobre esta questão. A grande maioria dos clubes não tem capacidade financeira para manter um campo relvado, por isso, optam pelos sintéticos. Ao terem sintéticos permite-lhes terem muito mais equipas a praticarem desporto. A instalação inicial dum campo sintético é cara mas a sua manutenção torna-se muito mais rentável do que um relvado.- Prefere os campos sintéticos ou os relvados?Os novos campos sintéticos aproximam-se muito da relva natural e quase não se nota a diferença.
Paulo Costa lidera projecto ambicioso na Chamusca

Mais Notícias

    A carregar...