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Reunião de câmara de Vila Franca despachada em apenas um minuto

Reunião de câmara de Vila Franca despachada em apenas um minuto

Teimosia da oposição obrigou a sessão extraordinária e saiu cara ao erário público

Cada vereador da oposição recebeu 71, 75 euros por um minuto de trabalho numa reunião que podia ter sido evitada. A situação não é nova em Vila Franca de Xira.

A última reunião da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira na quinta-feira à noite durou apenas um minuto e resultou duma teimosia da oposição que recusou a introdução de um ponto extra na sessão ordinária realizada no dia anterior.A sessão de quarta-feira começou muito animada com o vereador Rui Rei (PSD) e a presidente da câmara, Maria da Luz Rosinha (PS), a envolverem-se numa discussão sobre a inclusão de um ponto na ordem do dia. O vereador insurgiu-se contra a votação a uma premente correcção no texto da proposta de implementação da plataforma logística na Castanheira do Ribatejo, uma vez que a respectiva documentação não terá sido disponibilizada aos autarcas em tempo útil, nas 48 horas antecedentes como manda a lei. Tudo por causa dos serviços camarários terem, por lapso, invocado o artigo referente à “Área Agrícola da Lezíria Norte”, em vez da “Área Agrícola da Lezíria Sul, Mochões e Margem Direita do Tejo”, local onde se situará a futura plataforma logística de Castanheira do Ribatejo. A discussão ditou a marcação de uma reunião extraordinária para o dia seguinte, 4 de Janeiro, que começou exactamente às 22h00 e foi dada por terminada um minuto depois. Ou seja, o tempo suficiente para se efectivar a correcção. A senha de presença, que abrange somente os vereadores que não se encontram em regime de permanência, custa 71,75 euros ao erário público. Multiplicando por quatro autarcas, custou à edilidade, em um minuto de reunião, a módica quantia de 287 euros. A que se juntam os custos das horas extraordinárias dos funcionários.  “Era uma reunião evitável”, lamentou Alberto Mesquita (PS). O vice-presidente da autarquia de Vila Franca acrescentou a O MIRANTE que deveria ter existido bom senso por parte do vereador Rui Rei. E falou, em concreto, sobre o esbanjamento do erário público. “Não é seguramente, a melhor maneira de se fazer oposição”, asseverou. Por seu lado, o vereador Carlos Coutinho (CDU) já esperava que este incidente acontecesse, devido à recorrente entrega tardia de importante documentação para análise aos autarcas da oposição. “Tal atitude, traduz-se numa certa arrogância de uma maioria absoluta”, vincou. Rui Rei defendeu-se ao afirmar que se cumpriu a lei. “A verdade é que existia um importante documento para análise, que devia ter chegado em tempo útil às mãos dos responsáveis políticos. No entanto, chegou apenas na terça-feira à tarde”, referiu. “Muitas vezes, quem está no poder acha que a oposição é uma força de bloqueio e não uma força conjunta que tem como missão promover o desenvolvimento do concelho. Normalmente o poder reage sempre mal à crítica”, acrescentou.Esta situação não é nova em Vila Franca de Xira. Devido ao mesmo assunto foi convocada uma reunião extraordinária da assembleia municipal que durou apenas quinze minutos, mas aqui a urgência da decisão justificou a convocatória. Situação diferente foi a que motivou a convocatória de duas reuniões extraordinárias da câmara e assembleia municipais, a 19 e 20 de Dezembro de 2006, para aprovar a carta educativa porque os eleitos da assembleia municipal consideraram que não o poderiam fazer antes do executivo municipal se pronunciar.
Reunião de câmara de Vila Franca despachada em apenas um minuto

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