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Amigos na ficção e na realidade

Os actores Paulo Moura e Fernando Rodrigues percorrem a pé as ruas do centro de histórico de Tomar. É já noite quando se encontram com o encenador Carlos Carvalheiro na loja de tecidos da Praça da República. Quando um grupo como o Fatias de Cá se prepara para estrear uma peça de teatro todos os locais servem para trocar ideias. A preparação de “Desconhecido Nesta Morada”, que é apresentado a 8 de Fevereiro, no Centro Cultural Município do Cartaxo, não é excepção.“Gosto deste tecido. É cinzento como o personagem”, confidencia Fernando Rodrigues, 46 anos, residente em Vila Nova da Barquinha. Vai vestir a pele do alemão casado, pai de filhos, que deixa a terra das oportunidades para regressar à Alemanha. A vida real tem algumas semelhanças com a ficção. Pelo menos no que diz respeito à filha do actor que já se habituou a acompanhar o pai, responsável de logística, nestes três anos e meio de dedicação ao teatro. Paulo Moura, residente na Praia do Ribatejo, é o amigo que o trouxe até ao grupo. O actor encarna a figura do judeu americano que permanece além fronteiras. No palco os dois protagonistas da peça não interagem, mas a cumplicidade dos dois amigos adivinha-se ao longe. Paulo Moura, 41 anos, o Corto Maltese da Destilaria da Brogueira, pai de dois filhos, professor de educação física, vive há 20 anos o teatro do Fatias de Cá. Para os dois amigos – cúmplices na realidade e na ficção – é a oportunidade de subir ao palco e provar o que os fez ficar ligados de corpo e alma à companhia: que é possível passar a magia para o lado de lá. Mesmo quando o espaço cénico não é uma velha destilaria, um convento antigo ou o pátio frondoso de um jardim encantado.

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