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Vila Franca evoca o olhar taurino do cineasta Francisco Rocha

Grupo de aficionados promove homenagem ao maestro da imagem

Francisco Rocha registou os momentos mais marcantes da festa brava em Vila Franca e no mundo taurino. Ganhou um festival mundial, editou 16 séries e tem um olhar autorizado sobre a festa.

Francisco Rocha é um verdadeiro maestro na arte de registar as memórias da festa. Na sua videoteca pessoal tem milhares de horas de registos de corridas de toiros, tentas, desfiles de campinos, nascimentos de bezerros e cavalos ou, simplesmente, imagens da sua Vila Franca que um dia se tornou cidade, mas insiste em manter vivas as suas tradições. “Apesar de tudo não sou um homem desiludido, continuo a acreditar na festa e na força de Vila Franca”, disse a O MIRANTE o cineasta homenageado no sábado por dezenas de aficionados numa tertúlia recriada no restaurante Sal Ibérico, em Vila Franca de Xira.Num ano de efemérides de diamante para Vila Franca de Xira - com os 75 anos do Colete Encarnado e do Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca e os 30 anos da última corrida com toiros de morte na Palha Blanco - um grupo de aficionados promove um ciclo de cinema dedicado a Francisco Rocha. O cineasta que tem 16 séries editadas e ganhou o Festival Mundial de Cinema Amador de Montepellier com o filme “Campo em Festa”.João Mascarenhas, crítico tauromáquico, amigo e companheiro de longas viagens e missões no mundo taurino, recordou o momento. “O Chico Rocha disse-me que tinha enviado o filme para experimentar, mas acabou por ser o triunfador entre os melhores do mundo”, recorda..“ O Chico é um romântico da festa dos toiros, amante da festa e da sua terra”, acrescenta. João Mascarenhas e Francisco Rocha fizeram um percurso comum no movimento associativo de Vila Franca e na divulgação da festa brava. Os seus nomes ainda aparecem em vários registos.O genérico do programa Tauromáquia 2 da TVE é da autoria do cineasta vilafranquense cujo nome aparece na ficha técnica tal como o de João Mascarenhas.A dimensão da obra e a generosidade de Francisco Rocha levaram o diplomata José Amador a propor que a população de Vila Franca peça a medalha de mérito municipal para o homenageado. Uma sugestão aplaudida de pé pelos aficionados por entre vivas e olés.José Amador viveu mais de 25 anos fora da sua terra, mas nunca cortou o cordão umbilical que o liga a Vila Franca. Aficionado, bairrista e homem de cultura, defendeu de forma entusiasmada a criação de uma escola de artes taurinas em Vila Franca em complemento com a Escola José Falcão. “Uma escola que forme homens e mulheres, toureiros, forcados, ganaderos, emboladores e aficionados”, referiu com emoção. A escola deverá estar associada ao futuro museu da tauromaquia onde possa ser colocado o valioso espólio disperso em vários pequenos museus pessoais. A homenagem a Francisco Rocha foi promovida por um grupo de aficionados, liderado por Paulo Sérgio, o popular Gadocha, que recusa identificar o grupo como uma tertúlia. Na cerimónia de evocação de Francisco Rocha o grupo lançou um elegante copo de vinho em vidro onde estão retratadas as três efemérides de 2007. Aparece o primeiro símbolo do Colete Encarnado de 1932 (75 anos), o símbolo dos forcados e uma estucada que recorda os 30 anos da última corrida com toiros de morte em Vila Franca.O maestro José Júlio, triunfador dessa tarde recebeu a primeira caixa de copos das mãos de António João Ferreira “Tójo”, um jovem toureiro que ambiciona ser matador.Os copos estão à venda por quatro euros e o DVD da corrida integral de 1977 por 12,5 euros.

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