A Câmara de Abrantes apostou numa modalidade pouco conhecida no nosso país – o basebol – desporto muito popular sobretudo nos Estados Unidos, mas a aposta tarda em dar frutos em termos de adesão da população. Apesar de terem sido captados para Abrantes várias competições nacionais e internacionais, os jogos têm tido uma assistência reduzidíssima, sinal de que os munícipes do concelho, por enquanto, não se sentem muito atraídos pela modalidade.O cenário poderá no entanto evoluir a curto prazo. Dentro de dias, numa data ainda não revelada, vai ser apresentada a equipa de basebol de Abrantes, formada essencialmente com alunos da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), o que prova que, tal como o râguebi, o basebol é uma modalidade muito ligada ao ensino superior.O vereador do pelouro do Desporto da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, deu conta ao nosso jornal do grande entusiasmo que se tem vivido nos primeiros treinos da equipa que junta estudantes da ESTA e outros adeptos da modalidade que também fazem parte do plantel que será apresentado em breve. “Fui presenciar um treino e estavam lá mais de 40 praticantes, o que ultrapassou as minhas expectativas”, confessou ao nosso jornal.A equipa de Abrantes foi criada no âmbito da parceria entre a câmara municipal e a Federação Portuguesa de Basebol e Softbol, que instalou a sua sede naquele concelho e que brevemente irá mudar para novas instalações no primeiro andar do centro coordenador de transportes, situado a caminho da cidade desportiva. A federação colocou à disposição da nova equipa um treinador qualificado, que está a ser o mentor técnico de todo o projecto, e está a preparar a equipa para entrar no campeonato nacional da próxima época.Manuel Jorge Valamatos considera que a fraca adesão do público nesta fase não é motivo para questionar o investimento feito pela autarquia. Por um lado porque há a convicção que o número de adeptos vai aumentar, por outro porque a construção do campo de basebol, o primeiro construído especificamente para a modalidade em Portugal, foi feito de modo a servir também para outros desportos, nomeadamente o futebol de sete e o atletismo. “É evidente que o basebol não traz tantos adeptos como o futebol, mas qual é a modalidade que o faz”, questiona o autarca, referindo também os ganhos económicos para o comércio, hotelaria e restauração resultantes da vinda de equipas de todo o país e até do estrangeiro. O vereador revela também que o basebol começa a ser uma actividade sempre presente nas férias desportivas e outros programas de ocupação dos tempos livres dos jovens. “Precisamos de tempo até porque as pessoas ainda não conhecem muito bem as regras”, completa.Numa filosofia de aposta em modalidades menos conhecidas, o pelouro de desporto da autarquia está a desenvolver contactos para criar também uma equipa de râguebi no concelho, que à partida funcionará também em ligação com uma escola. Manuel Jorge Valamatos salienta a variada oferta de modalidades ao dispor da população, do futebol à natação, passando pelo basquetebol, futsal, judo, xadrez, atletismo ou canoagem, entre outras. Para completar o leque falta o hóquei em patins, modalidade que o vereador gostaria que existisse no concelho, mas que até ao momento não foi possível implementar.A construção da cidade desportiva, com os dois campos de futebol, a piscina e o campo de basebol, ainda aguarda um último “retoque”. Para o local está prevista a construção de um pavilhão multiusos que dê resposta às necessidades das modalidades de pavilhão, que actualmente na cidade não têm nenhum espaço com as condições ideais. O único existente situa-se junto à escola Solano de Abreu e está mais virado para a actividade escolar. Não tem sequer lugares sentados para o público. Os outros dois pavilhões municipais existentes situam-se em Tramagal e no Pego.O projecto inicial do novo pavilhão está concluído mas ainda não há datas para a sua implementação. Segundo o vereador do desporto, é um projecto extremamente arrojado, cujos custos estimados rondam os 350 mil euros. Um valor considerável e que terá de ser co-financiado por fundos comunitários.