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É preciso fazer com que os filhos nos vejam como pessoas normais

Como reage a sua família a esta vida de viajante?A primeira coisa que um treinador tem de fazer é preparar a família para isso. Fazer-lhes ver que nem somos astros quando ganhamos nem umas bestas quando perdemos. Agora na Arábia a minha mulher acompanhou-me, os meus dois filhos não.Como é que eles vivem os seus momentos bons e maus?O primeiro problema quando a gente perde não é satisfazer os sócios é dar um conforto aos filhos porque não percebem quando o pai perde e é “chingado”. Quando se vê uma filha chorar porque quando ganhava eram os do Benfica que chateavam, quando perdia eram os do Sporting, não é fácil. O que temos de fazer é que eles nos vejam como pessoas normais.É muito estimado em Coruche e até atribuíram o seu nome ao estádio municipal. Como é que sentiu essa homenagem que normalmente só é dada a pessoas que já morreram ou que estão em final de carreira?Eu próprio também tinha essa opinião e disse ao presidente da câmara que havia mais pessoas que tinham dado tanto ou mais a Coruche. Ele justificou-me que em termos desportivos eu dava mais uma boa imagem de Coruche. Não digo que foi contra a minha vontade, porque fiquei muito satisfeito, mas o que eu registo é que foi decidido pela Assembleia Municipal de Coruche quando o Sporting tinha perdido com o Benfica e no dia antes de jogar a final da Taça Uefa. Não esperaram por uma vitória transcendente para essa homenagem.Ainda vai muito a Coruche?Tenho lá a minha família e quando posso vou lá.Na sua infância em Coruche era um miúdo traquina…Era um filho um bocado irreverente que gostava muito de jogar à bola. Os meus pais não tinham uma vida agradável mas nunca me faltou nada. O meu pai tinha uma loja e queria que nós estivéssemos lá a ajudar. Apesar de lá ter trabalhado e de até ter gostado queria era sair para jogar futebol, o que me provocou alguns estalitos. Mas fui sempre bom aluno. O Coruchense acabou com a equipa sénior devido aos problemas financeiros. Sentiu pena ou foi um assunto que lhe passou ao lado?É uma situação a que não fico indiferente apesar do Coruchense ter mantido a formação, o que é bom. Se este passo atrás é um momento para ressurgir com mais força, é bom para o clube.Mantém o seu lugar de professor na Escola Secundária de Almeirim. Ainda tem paciência para dar aulas?Já quis deixar o lugar mas convenceram-me a manter. Tenho muitas saudades de dar aulas. Apesar de não ser uma vida fácil, ao contrário do que as pessoas pensam, para quem gosta é algo que nos deixa alguma nostalgia. Dou aulas na Escola Superior de Desporto porque gosto e também me obriga a ler coisas e a mostrar o trabalho que faço.

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