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“O bairrismo da Vila Chã de Ourique já não existe”

“O bairrismo da Vila Chã de Ourique já não existe”

Luís Nepomuceno, presidente da junta de freguesia que celebra cem anos

A freguesia de Vila Chã de Ourique faz cem anos. Um pretexto para ouvir o presidente da junta sobre os problemas e anseios da terra e das suas gentes.

Como perspectiva o ano de 2007 face à diminuição das transferências de verbas do orçamento de Estado?Este ano vamos receber menos 1.056 euros que o ano passado do Fundo de Financiamento das Freguesias, de um total de 55 mil euros. São menos 2,5 por cento sem sabermos o porquê. Essa verba representa 40 por cento do orçamento da junta e não chega sequer para pagar as despesas com cinco funcionários. Da Câmara do Cartaxo vem mais dinheiro este ano?As transferências da câmara aumentaram oito por cento face a 2006 (124 mil euros), mas nesse ano já tinham diminuído 50 por cento. Assim é complicado arranjar os caminhos vicinais como fazemos de dois em dois anos e que custam mais de 40 mil euros. Sei que a câmara também precisa de verbas para as suas obras mas precisamos de mais receitas próprias. Por exemplo através das facturas de água, na dinamização do posto de correio ou a fazer o IRS aos nossos contribuintes.Os episódios de furtos em instituições da freguesia preocupam-no? Sim, já fomos assaltados duas vezes na junta e por mais sistemas de segurança que se coloquem os ladrões encontram sempre forma de entrar. Recentemente assaltaram outros locais. Tem tudo a ver com a proximidade a Lisboa e com os melhores acessos, bem como com as condições de vida neste país, com pessoas desesperadas.Nesse contexto como vê a possibilidade de a PSP sair do Cartaxo?Muito honestamente não acredito que saia. Em concelhos à volta onde isso aconteceu aumentou a insegurança. Seja quem for que fique a patrulhar o concelho, o importante é que não se percam recursos humanos e meios técnicos. Tanto GNR como PSP estão preparadas para nos defender.A freguesia pode perder alguma identidade e bairrismo com a expansão do Cartaxo?O Cartaxo tem crescido nos últimos anos na direcção de Vale da Pinta, Pontével e de Vila Chã de Ourique. Nós estamos próximos e nota-se mais essa ligação. Mas penso que o bairrismo não existe e já não se nota no dia-a-dia. As marcas da vila vão permanecer e se calhar só daqui a cem anos é que as pessoas vão perguntar onde fica o quê. A revisão do plano director municipal (PDM) em vigor pode beneficiar a freguesia ou desregular a construção? Concordo que um PDM tem de ser controlado, mas o do Cartaxo não permitiu que Vila Chã de Ourique crescesse e vou ser defensor do alargamento do perímetro urbano da freguesia. Os jovens não se conseguem fixar na freguesia e vão para o Cartaxo, que fica perto e onde há oferta habitacional. Não podemos crescer para a zona empresarial do Falcão mas queremos fazê-lo para norte, onde estão criadas infra-estruturas de água, esgotos, electricidade que não estão aproveitadas. Será que esses locais são para os passarinhos fazerem ninho?E a requalificação do espaço urbano da freguesia já degradado?Aí terão que ser definidas regras para que os proprietários das casas degradadas as reabilitem ou, em alternativa, as vendam ou aluguem. Compete à câmara fazer esse planeamento. Não quero que a freguesia cresça para fora e fique deserta no interior.Que futuro terá a zona industrial Vila Chã-Cartaxo, no meio das localidades? Foi uma zona mal pensada que tem apenas dois hectares com cerca de 30 empresas, apesar de ter gerado muito emprego. Foi criada sem ser pensada para o futuro e não pode crescer. Está perto do apeadeiro de Santana, mas Cartaxo merecia uma estação. E temos problemas de trânsito na freguesia devido aos pesados que a atravessam e que se dirigem para a zona industrial. A construção da variante à EN 3 seria importante para a freguesia?A ligação à futura variante à EN 3 e a ligação directa ao nó da A1 são ambições da freguesia para fazer com que os veículos pesados não passem no interior da vila.
“O bairrismo da Vila Chã de Ourique já não existe”

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