Estou totalmente solidária com o pai adoptivo da Esmeralda. Cada vez tenho mais medo de viver em Portugal, onde até a Justiça é uma ameaça. Tenho 61 anos, e se pudesse ia-me embora, nem que fosse, para Espanha. Tenho uma filha com uma lesão cerebral, e desde o seu nascimento fui eu quem tratou dela. Nunca pus o caso nos tribunais por medo das consequências. Nunca digo à minha filha mal do pai. Digo apenas que ele é desequilibrado, e que isso não significa que não goste dela. Porém, dados os comportamentos que ele tem tido com ela ao longo dos anos, ela tem pânico de estar sozinha com ele. Tenho dinheiro porque os meus amigos se juntaram para me ajudar.Eu pergunto: quando eu morrer, ele por ser o pai biológico tem direito de ficar com a casa em que moramos, embora nem no parto tenha comparticipado, e havendo o perigo de a internar num estabelecimento qualquer, e ficar com o dinheiro da casa? Os Juízes deveriam ter a compreensão que não são donos das vidas das pessoas, e terem humildade no trabalho que fazem. Espero sinceramente que a pequena Esmeralda fique com os pais adoptivos, que tanto têm demonstrado o seu amor por ela.Maria Ferreira