Era capaz de ter uma iguana como animal de estimação?Não, porque é um animal que tem comportamentos irregulares e isso podia tornar-se num problema. Consta-me que não são de fácil trato e que requerem cuidados muito peculiares, tanto em termos de habitat como de alimentação. Tem algum animal em casa?Não tenho muitas condições porque vivo num apartamento sem varanda. Há uns anos ofereceram-me um cachorro mas, apesar da empatia, correu mal. Roía o calçado (risos) e fazia xixi nos cestos dos livros. Às tantas, dei por mim a sair mais cedo do que o costume do trabalho preocupada com o bicho e o estado em que me deixava a casa. Acabei por lhe encontrar um novo porto de abrigo. Já apanhou algum grande susto na estrada?Não muitos mas os suficientes para me recordar deles. Já fui alvo de uma perseguição rocambolesca por dois agentes da P.J. Afinal, tinham-se enganado... Alguma vez tomou banho no rio Tejo?Nos tempos da rebeldia. Cresci nas margens do Tejo e, no Verão, era hábito juntarmos um grupo para umas horas de diversão nas águas do rio. Mas não lhe tomei o gosto. Tem muitas pedras e é perigoso. Há outros prazeres que o Tejo nos dá, especialmente aqui em Abrantes, com o Aquapolis: contemplá-lo a partir das margens, passear, fazer uma canoagem. O Dia Mundial da Mulher merece ser comemorado ou já não faz sentido esse tipo de efeméride?Muitas gerações de mulheres lutaram pela igualdade e por direitos mas para nos lembrarmos disso não é preciso haver um Dia Internacional da Mulher. Basta haver memória. Enquanto houver comemorações deste género para lembrar que a mulher deve ter um papel mais interventivo, haverá sempre discriminação.Se um desconhecido lhe oferecesse flores como reagia?Comprava uma jarra. Se ficava curiosa em saber mais? Claro que sim! Mas garanto que não sujeitava a florista a um interrogatório. O importante tinha sido a intenção. Quanto à autoria, podia ser decepcionante. Nunca se sabe!Há alguma data do nosso calendário de efemérides que comemore com especial emoção?O 25 de Abril, por tudo o que representa na história deste país. Sei muito bem o que foi o Portugal cinzento e anacrónico do Estado Novo e o que representou a conquista da liberdade, da democracia, do desenvolvimento. Aliás, tenho muita dificuldade em compreender como é que há portugueses (especialmente nas camadas mais jovens) que ainda enaltecem a política levada a cabo por um ditador que mergulhou o nosso país numa longa noite de quatro décadas. Nunca pensou em alistar-se nas Forças Armadas? De facto, não. Mas agora que a questão me foi colocada fiquei a pensar que, provavelmente, me assentaria bem uma farda. As armas e o rigor não me assustariam. O mesmo já não poderia dizer dos testes físicos. Preguiçosa como sou, chumbava à primeira.