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Acima de qualquer suspeita

A questão da autorização dada pela Câmara do Entroncamento para obras de beneficiação de um imóvel, na rua 1º de Maio, onde vai ser aberto um estabelecimento comercial, na mesma reunião do executivo onde foi decidido avançar com um processo de expropriação do mesmo edifício, não está suficientemente esclarecida. A ameaça do senhor vereador Luís Boavida de meter o Bloco de Esquerda em tribunal por aquele partido querer ver tudo em pratos limpos não parece a melhor forma de prestar contas à população. Situações destas não chegam a bom termo com ameaças mas com informação clara e transparente. Como disse César a propósito da sua esposa Pompeia, a mulher de César tem que estar acima de qualquer suspeita.Se por um lado se pode aceitar que a autorização para as obras foi dada tendo em conta que um processo de expropriação pode demorar algum tempo, por outro é fácil perceber que, sejam as obras feitas ou não, o valor do bem a expropriar aumentou. Se não forem feitas obras sempre se poderá alegar que o anúncio do pedido de expropriação provocou prejuízos por ter obrigado à reformulação das expectativas criadas para o negócio e ao consequente congelamento do investimento. Se elas forem feitas é evidente que o seu custo terá que ser considerado para cálculo do valor de expropriação. Considerados serão também os prejuízos decorrentes da interrupção de uma actividade comercial. Não sei se o senhor vereador irá meter o Bloco de Esquerda em tribunal por se sentir difamado, conforme explica na última edição de O MIRANTE. Essa é uma questão pessoal que não me aquece nem arrefece. Mas não duvido que o empresário irá recorrer aos Tribunais se a expropriação for em frente. A não ser que seja um daqueles raros beneméritos capazes de suportar prejuízos em nome do bem comum.Rui Ricardo

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