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Oposição quer referendo sobre os projectos para a zona do mercado

Oposição quer referendo sobre os projectos para a zona do mercado

Presidente da câmara rejeita consulta popular e diz que decisões estão tomadas

O consenso é generalizado entre os partidos da oposição. A nova ponte não deveria ser construída no Flecheiro e o novo centro comercial previsto terá dimensões “monstruosas”.

A proposta é comum, mas nem todas as forças da oposição tomarense parecem estar dispostas a conseguir um consenso para exigir a realização de um referendo sobre os planos da câmara governada pelo PSD para a zona do mercado de Tomar. O movimento Independentes por Tomar (IpT) avançou com uma proposta na última assembleia municipal para a realização de um referendo que perguntasse aos tomarenses se concordam com a demolição do actual mercado, com a construção de um centro comercial e com a construção da nova ponte na zona do Flecheiro. Na proposta de deliberação apresentada, o IpT manifesta-se contra os planos da maioria PSD para o local, por serem “um atentado ao património natural, visual e arquitectónico da nossa (ainda) bela cidade”. A ideia de realizar um referendo acolhe apoio junto do BE, CDU e PS, mas de formas diferentes. Enquanto que as duas primeiras forças políticas assumem estar contra a construção da ponte do Flecheiro e da transformação da zona do mercado, nas margens do Nabão, o PS assume ter já desistido da questão da travessia. Hugo Cristóvão, líder da concelhia socialista, afirma em declarações a O MIRANTE que esta já não é uma prioridade do partido, uma vez que já está a decorrer o concurso internacional para adjudicação da obra. E também porque uma vitória, se a pergunta fosse sobre a ponte, não seria segura. “A questão não é tão consensual como a do mercado”, reflecte o líder do PS de Tomar. Para aí está prevista a construção de um centro comercial (designado como Fórum), que toda a oposição considera ser um monstro, e a construção de um novo edifício para o mercado, com dimensões inferiores ao actual. Os socialistas afirmam que o que se projecta para o local vai “matar” o mercado tomarense e vai prejudicar o comércio do centro histórico. “E se aquilo falha? Ficamos ali com um monstro, sem qualquer utilidade, como vemos com alguns centros comerciais construídos em Lisboa”, questiona Hugo Cristóvão. ”Está decidido e ponto final”Visivelmente irritado com as últimas movimentações da oposição, o presidente da câmara revela, em declarações a O MIRANTE, que não está a contar realizar qualquer referendo em Tomar sobre os projectos para a zona do mercado. Nem quanto à ponte. “Está decidido e ponto final”, afirma António Paiva (PSD). O autarca garante que a maioria da população concorda com a construção da nova travessia na zona do Flecheiro. Uma certeza que resulta do facto de ter vencido as últimas eleições por mais de metade dos votos. Sobre a contestação relativa ao mercado e ao novo centro comercial, classifica-a de “manifestação político-partidária para prejudicar o projecto. O que eles querem é que nós não tenhamos soluções”.António Paiva rejeita ainda a crítica de que as dimensões do possível centro comercial sejam exageradas – “a área corresponde a cerca de dois terços do Fórum em Aveiro” - e garante que o futuro mercado irá ter espaço suficiente para os actuais vendedores. Quanto aos feirantes que estão situados actualmente no exterior, para esses não vai haver lugar e o futuro continua incerto uma vez que a autarquia ainda não decidiu onde vai colocar a habitual feira semanal das sextas-feiras. O presidente assegura que as propostas apresentadas no plano de pormenor correspondem às que foram apresentadas pelos projectistas, com o argumento de que é necessário recentrar a cidade. Na sua visão a construção de um novo centro comercial na zona ribeirinha (em detrimento de Marmelais como é proposto pelo PS), assim como a transformação do Flecheiro numa zona de bares, toda a revitalização da zona que inclui a criação de uma praça com espaços verdes em frente à Igreja de Santa Maria do Olival e a construção da nova ponte vai levar mais pessoas ao centro da cidade, beneficiando também o comércio local. Questionado sobre a possibilidade das sugestões que resultam da discussão pública virem a rejeitar as transformações propostas para a zona do mercado, António Paiva limita-se a encolher os ombros e a dizer que o facto não o preocupa. Mas logo acrescenta que em Tomar “as pessoas habituaram-se a pressionar a câmara para continuar com a estagnação, mas enquanto eu cá estiver não o vão conseguir”.
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