Há dias, num concelho vizinho, onde reside uma senhora, muito amiga e até confidencial, abordou-se o assunto das “confissões”, tão propícias nesta época quaresmal. Foi ao ponto de me relatar que iria cumprir o seu preceito anual a Fátima. E teve a coragem de desabafar que o faria como aliás tem feito em anos anteriores, pelo facto de um sacerdote, valendo-se do seu sistema moderno da confissão cara-a-cara e conhecendo-a pessoalmente, lhe afirmara que estava a mentir, pois ouvia dizer dela um tal defeito!!Jurou-lhe e ainda hoje o faz, que se tratava de um falso testemunho...Depois de cumprida a “penitência” regressou a casa, chorando todo caminho!Até há poucos anos usavam-se os “confessionários”, que ainda existem nalgumas igrejas. O relato dos pecados, era feito, directamente a Deus. O sacerdote era, e julgo que continua a ser, apenas intermediário, face ao sacramento da Ordem em que está investido! Seria para todos, homens e mulheres, uma atenuante nesta difícil missão o uso dos antigos “confessionários”, retirados aos cristãos. Ouso perguntar: “Porquê?”Jacinto Morais Antunes