Como aficionado cada vez acredito menos na recuperação que a tradição tauromáquica já teve na região no país. Porque a festa não soube adaptar-se aos novos, porque empresários e artistas continuaram a trabalhar como antigamente como se fosse as pessoas que tivessem que os bajular em vez de serem eles a aproximarem-se do público. Com praças de toiros sem comodidade, sem condições de segurança, não é possível também dar uma boa imagem da festa, a que se somam as campanhas anti-tauromaquia. Confesso que também já me entusiasmei mais em ir a corridas de toiros, mas hoje já não tenho paciência para ver trincheiras cheias de gente que não estão lá a fazer nada. Já não há pachorra para ver gente de cigarrilha a pedinchar bilhetes à borla antes do espectáculo. Como a manutenção e a cativação do público para a festa não se faz só com bilhetes baratos, mas é uma questão de mentalidades e atitudes, não acredito na sua sobrevivência por muito mais tempo. Miguel Bento