A Câmara Municipal da Chamusca está envolta num enigmático mistério (mais um) digno das melhores histórias de Sherlock Holmes. Os vereadores da oposição desapareceram da cena política de um momento para o outro, deixando o presidente Sérgio Carrinho (CDU) a governar à rédea solta e a falar quase sozinho nas reuniões do executivo. O vereador eleito pela coligação PSD/CDS, João Amaral Netto, já não aparece há quatro sessões. O socialista Fernando Pratas tem sido mais inconsistente nas suas ausências, costumando surgir no final das reuniões quando já pouco ou nada há a discutir, embora na última sessão não se tenha dado sequer a esse trabalho.Sérgio Carrinho, que no anterior mandato governava a autarquia num cenário de maioria relativa, passa agora por uma das fases mais tranquilas do seu já longo trajecto autárquico. Não fossem as vozes incómodas de alguns socialistas na assembleia municipal e poder-se-ia até pensar que este “dinossauro” do poder local vivia num paradisíaco regime de partido único. Será que Carrinho, com os seus afamados dotes de leiloeiro, já conseguiu “despachar” os vereadores da oposição como fez com as cruzes das escolas e outros materiais da autarquia que tem levado à praça nos últimos meses?