Toda a gente deve a toda a gente e ninguém paga nada a ninguém
Depois de ler o artigo sobre as dívidas de particulares e empresas às câmaras municipais e de me recordar de tudo o que já foi escrito sobre as dívidas das autarquias, da capacidade de endividamento, dos factorings e dos lease-backs (perdoem-me se as expressões em inglês estão mal escritas), chegou ao que já sabia há muitos anos. Em Portugal toda a gente deve a toda a gente. Ficar a dever é um dos passatempos nacionais com mais adeptos. Este país não é sério apesar das pessoas não sorrirem muito.Isto não é um artigo sobre economia. Não liguem ao rigor das afirmações. Numa carta para um jornal não se pode exigir muito e isto é uma carta para um jornal, no caso O MIRANTE, que deixei de receber por me atrasar no pagamento da assinatura mas que continuo a ler à borla na Internet. Sim, também sou como os outros, gosto de borlas. Não pagar, aproveitar borlas e sacar subsídios é a combinação perfeita para o sucesso e o bem-estar de qualquer cidadão. Mas atenção, esta arte não está ao alcance de todos. De um modo geral todos damos uns toques mas só verdadeiros profissionais conseguem o pleno. É como no futebol. Há “mulas coxas” – não sei se é assim que se diz – que se arrastam pelas divisões distritais ao preço da uva mijona. E há o Cristiano Ronaldo que vai ganhar, com o recente aumento, Seis mil contos por hora. Uma última palavra para as câmaras que se queixam de quem lhes deve. Paguem o que estão a dever e lembrem-se do ditado popular. “Quem tem telhados de vidro não deve andar à pedrada!”.Marcos Massano
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