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Ateia, sportinguista e leitora compulsiva

Há cachecóis do Sporting expostos na sala de estar e bandeiras portuguesas colocadas nas varandas. São os símbolos mais visíveis. Sílvia Frazão nasceu a 15 de Agosto de 1926, Dia da Assunção de Nossa Senhora, mas não é católica nem professa qualquer outra religião. Gosta de Igrejas e contribui com donativos para a sua preservação pelo simples facto de serem monumentos com valor arquitectónico e histórico.Diz ser comunista desde os seis anos, altura em que se lembra de ler o jornal Avante, que nessa altura era clandestino. Manteve-se sempre ligada ao partido embora tenha amigos em todos os quadrantes políticos “excepto na extrema-direita”. Segue atentamente a vida política em Benavente onde é autarca da Assembleia Municipal há 25 anos. É admiradora de António Ganhão, o eterno presidente da câmara, que considera um dos homens mais inteligentes que conhece. “Tem uma capacidade de captação extraordinária. Benavente vai perder muito com a sua saída”, vaticina Sílvia Frazão. Afirma-se anti-bairrista, mas tem dedicado parte da sua vida a apoiar as associações locais e tem sido dirigente de algumas delas. Com uma memória de fazer inveja a investigadora ainda se lembra de todos os professores que a marcaram. A começar por Olinda Henriques que a acompanhou até à quarta classe. No liceu impressionou-se com Arnaldo Faísca, professor de História que a pôs a ler a carta do achamento do cronista Pêro Vaz de Caminha, aos 13 anos. “Isto diz o que era o liceu de Santarém naquela altura”. Nunca casou e garante que teve e tem uma vida feliz. Gosta de cozinhar e tem dezenas de livros de receitas. Come pouco, mas bem. No Japão recusou comer peixe cru, mas elogia a cozinha internacional com realce para a italiana. Prefere o cinema ao teatro e orgulha-se de ter visto em França alguns dos melhores espectáculos culturais do mundo. Conheceu Edith Piaf em Paris e assistiu a alguns dos concertos mais notáveis. Sílvia Frazão passa grande parte do tempo ligada ao televisor sintonizado nos canais internacionais. Gosta de viajar. O ano passado foi à Jamaica e a Cuba onde encontrou uma cidade diferente da que tinha conhecido em 1996.Confessa-se orgulhosa e sente-se bem quando é notada. Cuida bem da sua imagem e gasta “carradas” de dinheiro em livros por ser uma “leitora compulsiva”. Está a ler o último livro do jornalista José Rodrigues dos Santos, A Fórmula de Deus. “O autor é uma excepção no jornalismo português que abusa da libertinagem”.

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