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Compromisso cívico reclama construção urgente de novo aeroporto internacional na Ota

Compromisso cívico reclama construção urgente de novo aeroporto internacional na Ota

Moita Flores critica direcção nacional do PSD por ter mudado de opinião sobre o assunto

Autarcas, deputados, dirigentes cívicos e empresários da região Centro aprovaram em Fátima um compromisso cívico que reclama a construção do novo aeroporto na Ota (Alenquer) e rejeita qualquer obra aeroportuária a sul do Tejo. "Há hoje quem continue a defender que são necessários mais estudos" mas isso iria provocar o "adiamento de uma decisão que não pode ser mais protelada", até porque "está provado que, do ponto de vista ambiental, a Ota é a melhor localização possível", refere o documento, que foi aprovado na noite de 23 de Maio e assinado durante um jantar com 400 pessoas.

Os subscritores do compromisso cívico, que será enviado a várias entidades ligadas ao processo, comprometem-se a “apoiar a construção do novo aeroporto internacional de Lisboa na Ota e reclamar do Governo as medidas que se impõem com vista à concretização irreversível dessa decisão”. Francisco Moita Flores, presidente da Câmara de Santarém (PSD), criticou o comportamento do partido por que foi eleito e de todos aqueles que contestam agora a Ota depois de a terem defendido no passado. E, por isso, dirigiu uma “palavra de saudação especial a todos os eleitos do PSD”, ouvindo aplausos de todos os presentes. Moita Flores criticou quem baseia as suas críticas em relatórios de “pretensos técnicos, putativamente limpos do ponto de vista ideológico”, por oposição ao “senso comum labrego e rasteiro dos políticos”. “Não há técnicos descomprometidos. Todos os técnicos são pagos e há sempre alguém que paga aos técnicos”, afirmou o autarca de Santarém. “Apesar de algum folclore de muito mau gosto representado por alguns protagonistas políticos, tenho a certeza que a decisão estudada e ponderada pelo Governo Durão Barroso e agora aprovada pelo engenheiro José Sócrates é a melhor para o País”, afirmou Moita Flores.“Nós andamos aqui a brincar um pouco com aquilo que são os interesses nacionais”, sustentou por ser turno João Oliveira Martins, ex-ministro de Cavaco Silva que também participou no Governo. No jantar, o autarca comunista de Peniche, António José Correia, considerou que “o Oeste e outras regiões poderiam processar aqueles que estão a causar prejuízos económicos fortes à economia nacional” com os adiamentos do aeroporto, contrariando assim a posição oficial do PCP nesta matéria.Já para David Catarino, presidente da Câmara de Ourém (PSD), o “País não pode andar sempre a discutir” o novo aeroporto, defendendo que “a localização mais adequada será a que serve a capital mas também esta zona mais central do País” e a própria cidade de Fátima, destino de vários voos internacionais. O constitucionalista Vital Moreira recordou que o País vive numa “democracia e não numa tecnocracia” pelo que a construção do novo aeroporto da Ota corresponde a uma decisão política, que não deve ligar à “campanha mediática” que defende a margem sul.O ex-deputado acusou em particular grupos empresariais como a Lusoponte, o BES ou a Sonae de estarem a apoiar esta campanha a defender a margem sul, criticando também o líder do PSD, Marques Mendes, pela sua actuação. Para Vital Moreira, os políticos devem avaliar a localização com base em critérios técnicos e políticos mas também tendo em conta se “devem triunfar os interesses nacionais ou os interesses da Lusoponte”.Por seu turno, Guilhermino Rodrigues, presidente da ANA, recordou os problemas ambientais de uma localização a Sul do Tejo, como concluíram os estudos feitos em 16 locais desde 1969. Por outro lado, uma nova pista na Portela teria de obrigar à destruição de bairros vizinhos já que essa construção teria de ser feita a 1,5 quilómetros da actual e a utilização das bases do Montijo ou Alverca não resolve o problema, explicou Guilhermino Rodrigues. A decisão já foi tomada e em Dezembro será “lançado o concurso de construção do novo aeroporto”, estando tudo previsto para que “em 2009 tenha início a construção”, prometeu Guilhermino Rodrigues.
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