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Luís Azevedo acusa o governo de estar a discriminar Alcanena

Presidente da câmara não soube da visita de dois secretários de Estado ao concelho

A vereadora e deputada socialista Fernanda Asseiceira também não escapou às críticas do autarca, que lidera um movimento independente que ganhou a câmara depois de ter sido posto de parte pelo PS.

Luís Azevedo (ICA), presidente da Câmara de Alcanena, acusa o governo de estar deliberadamente a ignorar a autarquia e o concelho que dirige. A irritação do autarca tornou-se evidente durante a reunião do executivo de segunda-feira, depois de ter tido conhecimento da visita de dois secretários de Estado, do Comércio e da Indústria, a empresas do concelho, sem que a câmara tivesse recebido qualquer convite ou sequer apenas a informação sobre a visita. Os dois governantes visitaram as empresas RISA e Cor Azul a convite da Nersant, mas também a associação empresarial ignorou a autarquia. “Lamento”, afirma o presidente do município, um autarca independente que já foi eleito em listas do Partido Socialista.A indignação de Luís Azevedo deve-se ao facto do autarca ter solicitado, por diversas vezes, audiências com elementos do governo de diferentes ministérios e de “nunca ter obtido sequer uma resposta”, garante. A irritação de Luís Azevedo subiu de tom quando tomou conhecimento sobre um encontro entre o secretário de Estado da Cultura e o CAORG, instituição cultural de Minde, promovido pela vereadora e deputada do PS Fernanda Asseiceira, que terá tido como ponto de discussão o futuro Museu da Aguarela. O CAORG é detentor de grande parte do espólio do aguarelista mindense Roque Gameiro e irá ficar responsável pela gestão do museu. No entanto, o presidente da autarquia reivindica a autoria do projecto. “A obra é nossa”, protestou Luís Azevedo. “Quem é que deu autorização a terceiros para falar de projectos da câmara municipal?”, questionou tendo na mira a vereadora e deputada socialista. O pesidente a câmara contou então que já tinha solicitado à vereadora para que intercedesse junto dos seus colegas de partido, de forma a que fosse possível conseguir agendar as reuniões tão ambicionadas com os elementos do governo, mas, segundo Luís Azevedo, Fernanda Asseiceira também terá respondido ao pedido com um “continue a tentar”. Perante o encontro promovido por Fernanda Asseiceira entre o secretário de Estado da Cultura e o CAORG, o chefe do executivo autárquico diz só ter uma leitura – de que ele próprio será o problema, já que optou por concorrer à liderança da câmara no movimento de independentes, deixando para trás o PS. “Se o problema sou eu, digam, que vai lá um vereador”, afirma o autarca, para mais à frente ironizar que “pode ser que um dia deixe de ser um empecilho para os elementos do Partido Socialista”.Fernanda Asseiceira rebate as acusações, recusando-se a aceitar ser responsável pela “falta de dinâmica” da actual maioria na câmara. A também deputada no Parlamento explica que “tem legitimidade para apoiar os projectos que entendo”, referindo-se ao CAORG. “A minha atitude é transparente” diz a vereadora/deputada socialista. No entanto, Fernanda Asseiceira acabou por aceitar o repto lançado pelo presidente da câmara e garante agora que irá “diligenciar a reunião com o subsecretário de Estado da Administração Interna”, com quem Luís Azevedo pretende discutir a redução de efectivos na GNR e a falta de segurança no concelho. Luís Azevedo recebeu ainda a solidariedade da vereadora do PSD, mas Ana Cláudia Coelho diz que não aceita o “discurso de vitimização” como desculpa para a falta de acção futura da maioria na câmara municipal.

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