O Alhandra Sporting Club suspendeu o futebol sénior por um período de duas épocas. A medida visa reduzir os custo e vem na sequência dos problemas financeiros que o clube atravessa após a construção e financiamento das piscinas Baptista Pereira. Pretende também efectuar uma profunda reestruturação da secção de futebol, que passará por uma forte aposta no rejuvenescimento das camadas de formação já em curso para a época de 2007/2008. “A existência de um plantel sénior mensalmente remunerado não está ao alcance das finanças do clube. A manutenção nos últimos anos foi só possível através do desvio da quase totalidade de verbas legitimamente destinadas para a formação, com evidentes prejuízos para as camadas jovens”, referiu o presidente do clube, Rui Macieira. O retorno do futebol sénior totalmente amador será a meta a atingir. “Queremos fazer uma equipa apenas com a prata da casa”, acrescentou o dirigente. O presidente do Alhandra Sporting Club referiu ainda que a associação pretende estar dotada de novas estruturas que passam pela construção de um campo de futebol sintético, além de outras de carácter social. Rui Macieira adiantou que existe, da parte da câmara municipal, a cedência de um terreno para a construção do campo sintético na zona das piscinas Baptista Pereira, faltando ao Alhandra reunir as condições necessárias para arrancar com o projecto e financiamento das obras. O clube jogava actualmente no velhinho Campo da Hortinha, num pelado situado nas imediações da cimenteira CIMPOR. Disputou este ano a 1ª Divisão da AF Lisboa, Série 1, tendo ficado no 12º posto. Em total contraste com a época de 1962/63, ao se ter classificado em 2º lugar no Campeonato Nacional da 2ª Divisão.O MIRANTE foi ouvir a opinião dos alhandrenses sobre a medida imposta pela direcção do clube. Manuel de Oliveira, 79 anos, não é contra a suspensão do futebol sénior, embora esteja convicto que tal “vai trazer consequências”. O antigo director e jogador de futebol do Alhandra lembra que o clube já esteve no auge e que agora se encontra numa fase menos boa, atribuindo o estado actual à crise que o clube vive após a construção e consequente endividamento das Piscinas Baptista Pereira. No seu entender esta infra-estrutura deveria de ter sido municipal desde a primeira hora. “O Alhandra é uma colectividade de utilidade pública. Deveria de existir um maior apoio, inclusivamente da própria câmara municipal”, vincou Manuel de Oliveira.António Soares “Cachucho”, 67 anos, encontra-se também a favor da medida, “porque neste momento o clube não tem suporte financeiro para ter uma equipa de futebol sénior minimamente competitiva”. Está no entanto convicto que durante os dois anos de interregno, o futebol de formação pode fazer um trabalho sério e condigno como forma a garantir o futuro da modalidade no clube.António Fernandes, 74 anos, deixou de ir ao Campo da Hortinha há muitos anos, após o clube ter iniciado a curva descendente no futebol. Compreende a direcção do Alhandra, que “deve ter como prioridade o restabelecimento da saúde financeira e só depois pensar no futebol sénior”.Posição contrária tem Francisco da Silva, 69 anos. “Vai-se suspender uma actividade na qual o Alhandra é das mais antigas do concelho. Nem que jogasse na 2ª Divisão distrital...”, lamentou. Francisco da Silva que está por isso convicto que, ao suspender o futebol sénior, o clube vai perder sócios e simpatizantes.