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Está desfeito o mito de que qualquer incauto cidadão pode ser feito comendador da República caso tenha o azar de estar no sítio errado à hora errada. A dúvida foi desfeita pelo próprio Conselho das Ordens de Mérito Civil ao considerar que o médico oftalmologista Joaquim Gonçalves Isabelinha, 98 anos, não reunia condições para ser condecorado pelo Presidente da República no passado 10 de Junho. A história foi divulgada no blogue “A Guitarra de Coimbra”.Fica-se assim a saber que quem dedicou uma vida a uma das missões mais nobres, sempre com espírito altruísta e solidário, quem teve uma postura cívica exemplar e viveu uma meritória carreira desportiva (ganhou uma Taça de Portugal em futebol ao serviço a Académica de Coimbra) não reúne características para receber uma medalhita e um pomposo título de comendador. O que, pensando bem, até se compreende. Atendendo ao perfil e à obra de alguns dos distinguidos dos últimos anos, o doutor Isabelinha não se enquadra nesse grupo. Por último, e citando o site das ordens honoríficas, fica-se a saber que a “Ordem de Mérito tem por finalidade galardoar actos ou serviços meritórios praticados no exercício de quaisquer funções, públicas ou privadas, ou que revelem desinteresse e abnegação em favor da colectividade”. Mais palavras para quê?
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