Oposição deixou Assembleia de Alpiarça sem quórum
O adiamento da sessão ordinária de Junho da Assembleia Municipal de Alpiarça por falta de quórum é mais um dos episódios do mau ambiente político que se vive no concelho. Os eleitos do PSD e a CDU não compareceram na assembleia marcada para dia 20, às 17h00, alegando razões profissionais. Mas em causa está também a discordância relativamente ao proposto pela mesa, já que as reuniões costumam realizar-se à noite. A oposição critica a falta de diálogo e a prepotência dos socialistas no poder, enquanto a presidente da mesa da assembleia, Vera Noronha (PS), argumenta que marcou a assembleia cumprindo o regimento que estabelece que apenas tem que ouvir os restantes membros da mesa sobre o agendamento das sessões. No auditório da câmara apenas apareceram os eleitos do PS que têm o mesmo número (oito) de lugares que a oposição, seis da CDU e dois do PSD. Passados 30 minutos sobre a hora marcada, Vera Noronha comunicou que “excepcionalmente não existe quórum”, considerando a reunião sem efeito e marcando nova sessão para esta terça-feira à mesma hora, tendo desta feita havido quórum (mais desenvolvimentos na próxima edição). A presidente da mesa, que pediu suspensão de mandato por um mês, garantiu a O MIRANTE que nenhum líder de bancada lhe comunicou em tempo útil qualquer proposta para alterar o dia ou a hora da assembleia. Mas a oposição contrapõe dizendo que Vera Noronha recebeu telefonemas de pessoas a dizerem que não podiam estar presentes por razões profissionais. O líder da bancada do PSD, João Brito, justifica que faltou porque a “hora não era propícia e não condiz com a nossa vida”, acrescentando que as sessões “sempre foram às 21h30 precisamente para haver conciliação com a vida profissional de toda a gente”. O deputado municipal garante que falou com a presidente da mesa a dizer que não estava de acordo com o agendamento, acusando os socialistas de “défice democrático”. “Apesar de não ser obrigatório, os líderes de bancada deviam ser consultados”, argumenta, considerando que “há arrogância a mais na assembleia”. “Se estivesse na pele deles teria consultado a oposição, assim fica-lhes mal essa atitude”. José Miguel Carvalho, líder da bancada da CDU, salienta que houve múltiplos impedimentos que fizeram os eleitos faltar à sessão, argumentando que será fácil encontrar horários compatíveis para todos. “As assembleias são ilustrativas do mau ambiente existente, que lamentamos”. Mário Pereira, vereador da coligação, é mais contundente. Refere que um dos eleitos comunistas (João Osório) sugeriu atrasar a assembleia para as 19h00 uma vez que estava numa acção de formação. Vera Noronha contrapõe dizendo que o deputado municipal podia fazer-se representar e que escolheu aquele horário porque a ordem de trabalhos era extensa, com 19 pontos agendados. Mas no caso da sessão se realizar à noite e a ordem de trabalhos não ser cumprida na totalidade a assembleia podia ser interrompida e recomeçar noutro dia, como já aconteceu. Nesta sessão estavam presentes dois munícipes para assistir à assembleia e aos quais se dirigiu o presidente da câmara municipal, Joaquim Rosa do Céu (PS), para dizer que a falta dos eleitos da CDU e do PSD “fizeram com que a sua vinda tenha sido em vão”.
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