A Adega Cooperativa de Tomar aposta na qualidade do vinho e na parceria com empresas privadas para relançar o seu nome no mercado e readquirir a confiança dos sócios. No ano em que comemora o seu 50º aniversário lança duas marcas comemorativas. A primeira, “Tabuleiros”, está na rua desde 10 de Maio e pretende homenagear o maior evento do concelho, a Festa dos Tabuleiros. “É uma marca específica que sairá apenas nos anos em que houver festa”, confirma o director da adega, Carlos Silva, adiantando tratar-se de um lote especial de sete mil garrafas de vinho branco e 11 mil tinto, exclusivo, com rótulos numerados. A marca “50 anos” é ainda mais exclusiva, destinada apenas aos cerca de 700 sócios e lançada especificamente para comemorar o meio século de existência da adega de Tomar.Sócios que são o principal alvo de Carlos Silva, eleito presidente em Fevereiro deste ano. O responsável considera que cada vez mais os cooperantes têm de olhar para a adega como a sua casa e actuarem como verdadeiros donos, depositando ali vinho de qualidade. “Não queremos que vejam a adega como último recurso, o local onde vêm depositar as uvas de pior qualidade”, refere, adiantando que só com boas uvas se pode fazer vinho de qualidade. O presidente lembra que o controlo das uvas descarregadas na adega tem sido mais apertado e que o produtor que traga uvas de menor qualidade não pode ser pago da mesma maneira que outro que apresente boa colheita. Esta é também a forma de combater o facto de grande parte dos produtores continuar a vender as melhores uvas a particulares, fora do sistema corporativo. Na campanha do ano passado a adega recebeu apenas dois milhões de quilos de uva, metade do registado na campanha de 2004.“Os sócios têm de perceber que esta é a sua casa e que a qualidade do vinho que daqui sai depende deles. Penso que não haja nenhum que goste de ouvir que na sua casa se produz vinho de má qualidade”, reforça Carlos Silva, adiantando que devem ser também os sócios a publicitar o vinho da adega nos restaurantes e estabelecimentos da região e não ficar à espera que seja só a direcção da cooperativa a fazê-lo. “Há que ter orgulho em fazer parte da Adega Cooperativa de Tomar”.Actualmente a cooperativa está a cumprir com as suas obrigações financeiras, quer com a banca quer com os fornecedores e “ainda vai chegando” para pagar as tranches dos sócios. “Isto é como uma empresa, o patrão paga primeiro a quem deve e só depois tira para si”. Para equilibrar as contas, a adega está a angariar novos clientes, como a Casa do Concelho de Tomar, em Lisboa, que funciona já como entreposto comercial. “A seguir vamos contactar as casas dos outros concelhos onde residem os nosso sócios, Torres Novas e Ourém, por exemplo”, diz o presidente da direcção. Para não perder sócios a Adega Cooperativa de Tomar está também a fazer acordos comerciais com vários estabelecimentos na cidade. As parcerias já feitas permitem aos associados obter diversos descontos em lojas como a Óptica Alípios, a Ferrotemplários ou a Agriloja. “A direcção está empenhada em arranjar mais-valias para os sócios, esperemos que eles também o estejam na manutenção desta casa”.