A filha de Elisabete Ferrão tem seis anos e está neste momento a começar o seu primeiro ano de escola. Por causa das obras a decorrer nas escolas de primeiro ciclo nº 3 e nº 4 da Póvoa de Santa Iria, vai ter que ir às aulas aos monoblocos colocados no espaço da escola EB 2,3 D. Martinho Vaz de Castelo Branco, onde há alunos do 9º ano com mais 10 anos que Márcia Ferrão, a filha de Elisabete. Os pais de dezenas de crianças que iniciam este ano a sua vida escolar não escondem a indignação e enumeram a lista de problemas causados por esta situação: “os monoblocos ficam no extremo oposto do portão de entrada e não podemos acompanhar os nossos filhos, não há nenhum toldo, se quiserem ir à casa-de-banho têm que andar até ao pavilhão desportivo e não há sequer uma rede que separe as crianças dos alunos do 9º ano”. Elizabete Ferrão e muitos outros encarregados de educação consideram a situação “indecente”.“Tentámos mostrar as nossas preocupações à autarquia, numa reunião com a vereadora da educação, e fomos desconsiderados. Não nos dão hipótese de dialogar”, aponta Elisabete Ferrão. Segundo a encarregada de educação, o final das obras nas escolas primárias está apontado para o próximo mês de Janeiro, “caso não haja chuvas”. Os pais dizem-se pouco optimistas em relação a este prazo.Questionada na Assembleia Municipal sobre esta situação, a vereadora da educação, Conceição Santos, sublinha a necessidade de proceder às obras de ampliação de ambas as escolas e garante que não foram obras repentinas, como os pais alegaram, mas que começaram no final do passado ano lectivo.