Chamusquense Ricardo Ferreira é um dos melhores canoístas nacionais da sua categoria
Apesar da sua juventude, Ricardo Ferreira que começou a remar a sério há seis anos mas hoje, com 14 anos de idade é um dos mais destacados canoístas jovens nacionais. Treina diariamente com o objectivo de fazer boa figura em todas as provas. Sonha com a possibilidade de aparecer algum apoio para poder comprar material próprio e assim sonhar com voos mais altos.
Ricardo Ferreira tinha 8 anos quando, um pouco por arrasto do professor, decidiu começar a praticar natação. Confessa que gostava muito de nadar e da água. Um problema nos ouvidos afastou-o da natação e levou-o para a canoagem. Aos poucos foi desenvolvendo o “bichinho”. Foi ficando nos treinos e foi-se envolvendo cada vez mais com a modalidade ao ponto de hoje ser uma das grandes esperanças da canoagem ribatejana e portuguesa.O jeito para a modalidade parece ser-lhe quase inato. Na primeira prova nacional, o canoísta do Clube Náutico Barquinhense, ficou em segundo lugar. Pensou que com mais esforço poderia ter outro tipo de resultados e começou a dedicar mais tempo ao treino.Não é fácil treinar mais na Chamusca de onde é natural e onde vive não há qualquer clube a praticar a modalidade. É por isso necessário uma ou duas deslocações diárias para a Barquinha para treinar. “Só é possível continuar porque os meus pais têm sido excepcionais, todos os dias me levam e trazem para os treinos. Sei que não é um sacrifício para eles mas é muito dispendioso e cansativo. Estou-lhe muito agradecido”, garantiu.Fruto de uma capacidade de treino impressionante que o próprio treinador Pedro Estrela chega a ter que o refrear. O desenvolvimento de Ricardo Ferreira ao nível da canoagem foi sempre muito forte. A nível regional que engloba os distritos de Santarém e Castelo Branco, o jovem chamusquense é campeão em todas as distâncias, e até no slalon já conseguiu o título, sendo por isso bastas vezes apontado como exemplo para os jovens que agora estão a começar na canoagem. Mas não é tudo. Em 2007 já ganhou dezenas de provas, e conseguiu a proeza de se sagrar vice-campeão nacional nos 500 e 1000 metros. “Foi uma proeza porque estava a competir com atletas com muito mais possibilidades financeiras do que ele. “Só para ter uma ideia da diferença eu competi com um barco do meu treinador, que custa 500 euros, o canoísta que me venceu, por menos de um segundo, tem um barco próprio que custa no mínimo 3000 euros. Esteve aí a maior diferença”. Por outro lado os campeões integram clubes com outras capacidades e treinam especificamente para uma determinada prova. “Eu adapto o meu treino a todas as provas e isso também é uma desvantagem”.É por isso que Ricardo Ferreira reza para que apareça alguém disposto a apoiá-lo. “Não posso exigir mais aos meus pais nem ao meu treinador, só precisava que alguém me ajudasse a comprar material próprio e compatível com a competição mais a sério, para poder competir e vencer ao mais alto nível”, garantiu o jovem atleta. O jovem remador da Chamusca não esconde a admiração que sente pelo técnico Pedro Estrela, a quem atribui uma grande quota-parte dos seus resultados. “É um treinador bastante rígido, o que é bom, e gosto muito de treinar com ele”, refere.Apesar de toda esta actividade, os estudos não têm sido nem vão ser prejudicados. “Sou um jovem como qualquer outro, às vezes um pouco reguila, mas nos estudos não brinco, sou um bom aluno, a canoagem não me tem prejudicado essa área. Tenho conseguido conciliar as duas coisas com facilidade, e ainda arranjo tempo para conviver com os meus amigos”, garantiu Ricardo Ferreira. Na próxima época o jovem canoísta vai passar para o escalão de cadetes, nada que o assuste, porque os tempos que faz como infantil já lhe dão entrada em qualquer final daquela categoria. “Sei que no primeiro ano vai ser mais difícil, mas vou continuar a treinar com afinco e com as marcas que já tenho, não vou ter dificuldade em estar em qualquer final”, diz Ricardo Ferreira.Neste momento está a preparar-se para os campeonatos regionais e nacionais, mas Ricardo Ferreira que é fã do campeão Emanuel Silva, sonha com voos bem mais altos. Quer participar na Selecção Nacional, estar presente nos europeus e mundiais. E mais remotamente, bem lá no fundo dos seus sonhos está a presença nuns Jogos Olímpicos. “É um sonho muito remoto, mas se depender de mim será concretizado. Não vou parar de treinar para evoluir e chegar ao mais alto grau da canoagem”, garantiu Ricardo Ferreira, que volta a pedir que alguém apareça para o apoiar.
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