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Tigres do Cartaxo abandonaram o Campeonato Distrital da 1ª Divisão

Restantes onze clubes vão reunir para tomarem uma posição sobre o assunto

O presidente e proprietário dos Tigres do Cartaxo, Alves Gomes, resolveu retirar o clube do Campeonato Distrital de Futebol da Primeira Divisão da Associação de Futebol de Santarém. Doença e falta de apoios foram os motivos apresentados para a tomada desta decisão que não está a ser muito bem aceite. Os restantes clubes equacionam efectuar uma reunião para pressionarem a Associação a tomar uma atitude mais drástica em relação a Alves Gomes.

O presidente do União de Almeirim, Faustino Ferreira, considera que a sua equipa foi a mais prejudicada com a desistência dos Tigres do Cartaxo, do campeonato, porque tinha ganho três pontos que lhe foram retirados, fez despesas com a deslocação que ninguém compensa e ainda por azar viu o seu treinador, Leonel Madruga ter sido castigado. Tudo isto num jogo que acabou por não valer para nada.Por isso, o presidente do União de Almeirim diz que Alves Gomes não tem dignidade nem categoria para estar à frente de um clube de futebol, é useiro e vezeiro nestas situações. “Fez o mesmo quando estava à frente do Benfica do Ribatejo, tentou fazer o mesmo em Almeirim e na Glória e voltou a concretizar agora no Cartaxo. Para Faustino Ferreira é tempo de fazer alguma coisa mais do que o penalizar com uma multa, e ao mesmo tempo que atribui também algumas culpas à associação por esta situação, diz que “vou ter uma conversa com os restantes presidentes dos clubes da primeira divisão, para obrigar a associação a tomar uma decisão mais drástica e irradiar este senhor do futebol”, disse o presidente do União de Almeirim, Faustino Ferreira. Alves Gomes, alegou doença grave e falta de apoios para retirar a equipa do Campeonato Distrital de Futebol da Primeira Divisão da Associação de Futebol de Santarém. Garantindo que não há qualquer litígio com a associação, arbitragem ou com qualquer outro clube. “Só a falta de saúde e de apoios me levou a esta situação drástica”, garantiu a O MIRANTE Alves Gomes, que considera descabida a posição do presidente do União de Almeirim.O Tigres do Cartaxo é um projecto do próprio Alves Gomes. Não tem sócios ou adeptos, jogava num espaço privado onde foi construído um campo de futebol com as condições mínimas para a prática do futebol. Era, segundo a opinião geral, um projecto praticamente utópico, onde só o seu mentor e algumas pessoas que o rodeavam acreditavam plenamente. “Com a subida de divisão obtida logo no primeiro ano de vida do clube mostrámos que o projecto Tigres do Cartaxo não é utópico, tem pernas para andar.Só precisávamos que a câmara nos desse uma pequena ajuda, que não aconteceu”, garantiu Alves Gomes.“O meu mau estado de saúde e a falta de apoios foram as pedras de toque para a desistência. Estava a ficar sem dinheiro para pagar os pequenos subsídios aos jogadores, por isso e antes de deixar de lhes pagar, chamei-os e disse-lhes que ia parar, mas garanti-lhes que não os ia abandonar e eles aceitaram bem a situação”, referiu o dirigente.Ao mesmo tempo, que se queixa da falta de apoio prometido pelo vereador do desporto da Câmara do Cartaxo, o dirigente garante que o futebol representa tanto para ele como a sua família. Alves Gomes, diz que já colocou praticamente todos os jogadores noutros clubes, e acredita que o projecto ainda pode vir a ser implementado noutro lado qualquer. “Só necessito que me apoiem um pouco”, garantiu.O MIRANTE contactou alguns jogadores que faziam parte da equipa, que recusaram fazer grandes comentários. Sem quererem dar a cara, garantem que Alves Gomes foi correcto para com eles. Dizem que foi preferível acabar com o clube do que deixar de lhes pagar o pequeno subsídio que recebiam. Assim podem jogar noutros clubes, e estão praticamente todos colocados porque o dirigente moveu algumas influências. Vereador do Cartaxo garante que autarquia deu apoio possívelO vereador do desporto da Câmara Municipal do Cartaxo, Francisco Casimiro, recusa qualquer responsabilidade na desistência dos Tigres. Confirma que foi contactado e que teve uma conversa com Alves Gomes, mas garante que “não lhe foi prometido nenhum apoio”.Segundo Francisco Casimiro, na altura da conversa com Alves Gomes foi reclamado o asfaltamento da estrada de ligação ao campo de futebol. “Disse-lhes que isso era possível que entraria no plano de asfaltamentos da autarquia, e não tenho dúvidas de que na altura própria a estrada seria alcatroada”, referiu.Quanto a outros subsídios, Francisco Casimiro diz que a situação jurídica do clube não permite grandes apoios por parte da autarquia. “Ainda lhes disponibilizámos transporte algumas vezes, permitimos que utilizassem o estádio para treinarem sempre que fossem jogar a terrenos relvados, mas não podíamos ir muito mais além. A câmara não atribui subsídios para o futebol sénior. Só o fazemos para a formação e os Tigres nem sequer tinha futebol jovem”, disse o vereador.Manhoso confirma desistência sem grandes comentáriosO presidente da AFS, Rui Manhoso, confirmou a desistência dos Tigres do Cartaxo. “É sempre mau que estas coisas aconteçam porque prejudicam os outros clubes, mas os motivos apresentados não nos deixaram alternativa que não aceitar a desistência”, garantiu, evitando fazer comentários mais contundentes.Aliás para o presidente da associação não é fácil gerir este caso, porque no nos últimos comunicados do Conselho de Disciplina, vinham também inseridas as desistências do União Figueirense, também do mesmo campeonato, do Monsanto e Ferreira do Zêzere, do campeonato de juniores da 1ª divisão, do Goleganense, do campeonato de juniores da II divisão, do CADE, Azinhaga e Amiense, do campeonato de futsal. Para Rui Manhoso a desistência dos Tigres e dos restantes clubes é irreversível e o próprio Conselho de Disciplina já tomou a decisão de as apreciar, decidindo penalizar os clubes com a pena mínima dos regulamentos, no caso dos Tigres a multa foi 450 euros. “Uma decisão justa e ponderada, os argumentos apresentados não deixavam margem para mais do que isso”, garantiu.

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