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Atrevido Manuel Serra d’Aire

Atrevido Manuel Serra d’Aire

Se houver justiça neste mundo, o Prémio Nobel da Medicina já tem destino. O galardoado vai ser um anónimo cidadão de Alcoentre que descobriu as capacidades terapêuticas de cabras e ovelhas no combate à tuberculose. A insólita descoberta só foi possível graças à vizinhança do anónimo cientista que se queixou dos maus cheiros provenientes do curral dos animais. Foi nessa altura que entrou em cena o dono da medicinal bicharada a esclarecer que não há nada como o pivete a excrementos de ovinos para pôr os bofes a luzir como os de um corredor de maratona. “Foi a alemã que me vendeu as cabras que me disse logo. Se assim não fosse eu já não estava aqui”, disse a este jornal, aparentemente sem tossir, o dono do curral que tem gerado protestos.Não sei se o enviado especial das Nações Unidas para a Luta contra a Tuberculose, o nosso conhecido Jorge Sampaio, já tem conhecimento desta novidade científica nascida no seu país. Se não tem, anda a cumprir mal a sua missão e tem que ser enviado a Alcoentre. Porque a partir de agora não tem desculpa. Aquela história dos bons ares, dos sanatórios nas serras e etecetera e tal era uma grandessíssima treta. É nos currais de ovelhas que está a receita milagrosa. E quanto mais cagarem as cabras e ovelhas mais eficaz é a cura, presume-se. Aliás já tinha reparado que nas Curvaceiras, um simpática aldeia perto de Tomar - onde os habitantes se queixam do rebanho que todos os dias estruma as ruas da aldeia -, as pessoas têm um aspecto mais saudável do que as que vivem no Caramulo. Facto a que não serão alheios, constato agora, os bons ares que emanam da porcaria que fica na rua e é levada agarrada às solas dos sapatos. Outra notícia que me surpreendeu foi a do custo da nova basílica de Fátima, que pelos vistos atinge o dobro do preço previsto. Se nem em Fátima se consegue o milagre de fazer uma grande obra sem trabalhos a mais e derrapagens orçamentais, como podemos nós exigir que os nossos autarcas e governantes (comuns mortais, embora alguns julguem que não) façam cumprir escrupulosamente os prazos e orçamentos das empreitadas de obras públicas.Claro que mesmo tendo em conta essas atenuantes há situações que até a um hipopótamo custam a engolir. Como aquela que se passa no Entroncamento, onde a câmara concedeu a décima segunda (12ª) prorrogação de prazo à empresa que está a remodelar um edifício para albergar o departamento de obras municipais. É verdade que a empreitada já devia estar concluída em Agosto de 2005. Mas também não é por acaso que a cidade ferroviária é conhecida por terra dos fenómenos. E à autarquia só fica bem dar o exemplo e ajudar a alimentar essa fama. Porque a concorrência é cada vez maior e fenómenos não faltam por esse Ribatejo fora…Um abraço e beijinhos à prima do Serafim das Neves
Atrevido Manuel Serra d’Aire

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