Chumbada proposta para alargar passe social ferroviário até ao Entroncamento
A proposta de Projecto-Lei apresentada a semana passada pelo Bloco de Esquerda, que previa a extensão da coroa urbana ferroviária de Lisboa até ao Entroncamento, abrindo a possibilidade do passe social ser alargado até à cidade ribatejana, foi chumbada pela maioria socialista na Assembleia da República. Além do Bloco de Esquerda, o PCP e os Verdes votaram favoravelmente o documento, enquanto o PSD e o CDS se abstiveram. O chumbado previa uma definição e actualização das zonas (coroas) do passe social, tendo em conta o estudo dos movimentos pendulares e do número de passageiros, entre outros aspectos. Tinha também em conta situações específicas, como é o caso da população que se desloca diariamente para o emprego dos concelhos do distrito de Santarém, em transporte ferroviário, para Lisboa. Propunha ainda um regime de preços especiais para crianças até aos 12 anos, pessoas com mais de 65 anos e estudantes. Para os desempregados seria criado um regime especial de isenção temporária de pagamento.Em declarações a O MIRANTE, Carlos Matias, líder da concelhia do BE do Entroncamento, salientou o facto de o Partido Socialista não ter, durante a discussão, apresentado qualquer proposta ou ideia alternativa, limitando-se a opor-se à proposta do Bloco de Esquerda. “O PS impediu, além do mais, que o documento baixasse à discussão na especialidade, onde até poderia introduzir-lhe alterações”, referiu o responsável político, lamentando que se tenha perdido a ocasião para alargar a coroa do passe social e, dessa forma, resolver um problema que afecta milhares de pessoas na região. “Trata-se de uma legítima aspiração dos utentes diários dos comboios e que, mais cedo ou mais tarde, terá de ser concretizada”.Na proposta de Projecto-Lei os bloquistas referiam que a política tarifária tem que estar em sintonia com os objectivos gerais de uma política de transportes, para que não sejam apenas enunciados princípios muito modernos, mas que acabam por ser completamente truncados quando os preços praticados são exorbitantes. O que leva as famílias, ao fazerem as contas do peso do gasto em transportes no seu orçamento, a optarem pelo uso do transporte particular. A proposta defende que para a política tarifária ser coerente e consistente tem que ser precedida da integração tarifária dos vários modos de transporte. Designadamente criando condições para um efectivo funcionamento em rede de todos os modos de transporte, públicos ou privados, de modo a responder aos objectivos de mobilidade pré-definidos.Apesar de ver a sua proposta chumbada o Bloco de Esquerda salienta que continuará a bater-se pela sua aplicação efectiva, a par dos movimentos de utentes dos comboios.
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